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Terça-feira, Fevereiro 18, 2025

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Central nuclear junto à fronteira com o Alentejo. 10 mil pessoas manifestam-se pela continuidade

A concentração dos defensores da central nuclear de Almaraz (Cáceres), a escassos 100 quilómetros do Alentejo, está agendada para este sábado junto à infraestrutura. A unidade deveria encerrar em 2028, mas, afinal, a população e os autarcas da região não querem e estão a pressionar o Governo espanhol. Alegam, por exemplo, que o número de postos de trabalho justifica a continuidade da central.

A Associação Extremenha da Empresa Familiar alerta que a central se traduz no motor económico desta região, sendo geradora de cerca de 3 mil empregos diretos e, pelo menos, mil empregos indiretos.

Fala no papel da central ao nível da “estabilidade a famílias e comunidades”, admitindo que o seu fim teria sérios impactos negativos entre a população local, afetando mesmo empresas que dependem da sua atividade.

Mas há mais. As consequências iriam ultrapassar a região, na opinião desta organização, que já conta com o apoio de outras estruturas que nos últimos dias também se colocaram ao lado da continuidade da central de Almaraz. Sustentam que a central que se encontra nas margens do rio Tejo gera 7% do consumo energético espanhol e evita a emissão de seis milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

Recentemente a própria presidente do governo regional da Estremadura espanhola, María Guardiola, recusou o encerramento da central nuclear, justificando tratar-se de uma “medida injusta e ofensiva para uma região que é líder em energia”.

María Guardiola assumiu a posição durante o debate sobre o estado da região, alertando que estão em causa, nada mais, nada menos, do que 3 mil famílias que aos dias de hoje trabalham na central de Almaraz, assegurando “a soberania energética de Espanha”, acrescentou a chefe do governo.

Presidente do Governo Regional da Extremadura

Esta posição da presidente da Junta de Extremadura veio aumentar as dúvidas sobre os prazos previstos para fecho de Almaraz, depois em março de 2019 os seus donos ((Iberdrola, Endesa y Naturgy) terem assinado com o governo espanhol a planificação do encerramento da Unidade I para 2027 e da Unidade II para 2028.

Já em 2023 foi iniciado o processo de construção do segundo Armazém Temporal Individualizado (ATI), que vai receber os respetivos resíduos nucleares, com vista ao encerramento definitivo desta infraestrutura no prazo de cinco anos.

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