A experiência é partilhada por Rui Oliveira, da Rota do Livro: “As crianças leem se forem ajudadas por pais e familiares. Mas ainda há pais que preferem dar um telemóvel para que os filhos não chateiem”, contou durante a abertura da Feira do Livro que vai ocupar o Cineteatro Florbela Espanca até sábado. É a terceira edição com assento em Vila Viçosa.
Perguntámos a Rui Oliveira se na “era digital” as crianças ainda se deixam convencer a ler livros em papel. A resposta foi “sim”. Aliás, a experiência das duas primeiras edições da Feira do Livro (a primeira em Bencatel e a segunda em Vila Viçosa) deixaram uma indicação curiosa, na medida em que os livros infantis são os mais procurados do certame.
“Há crianças que querem comprar um livro, mas os pais preferem comprar um brinquedo ou gelado”, revela, embora se congratule com o facto da procura estar a aumentar entre a população adulta. “A Covid teve muita coisa má, mas teve uma boa, porque levou mais pessoas a ler livros”, enfatiza.
Pelas bancas da feira são disponibilizados cerca de 2 mil livros a preços convidativos, com vários argumentos literários.
Escutemos agora Inácio Esperança, presidente da Câmara de Vila Viçosa, abordar a importância da feira como impulso rumo à promoção da leitura à boleia do papel no concelho.
“Somos um município que promove a leitura, estamos na rota do turismo literário, temos várias obras editadas e ajudámos à edição de dezenas de obras”, sublinhou o autarca, para quem, apesar dos tempos do digital que vivemos, o livro em papel faz sentido. “Por isso continuamos a apostar na feira do livro”, resumiu o edil.
