Portugal assinala hoje os 114 anos da Implantação da República, um marco histórico que pôs fim à monarquia constitucional e deu início a uma nova era política e social no país.
A Revolução Republicana foi organizada pelo Partido Republicano Português e teve início a 2 de outubro de 1910, culminando com a vitória dos revoltosos na madrugada de 5 de outubro. O movimento contou com cerca de dois mil soldados e marinheiros, e, após a relutância do Exército em intervir, a República foi proclamada às 9 horas da manhã desse dia, da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa.
O Governo Provisório, chefiado por Teófilo Braga, assumiu de imediato a direção do país, conduzindo os destinos nacionais até à aprovação da Constituição de 1911, que formalizou o início da Primeira República Portuguesa.
Entre as transformações mais significativas esteve a substituição dos símbolos nacionais — o hino, a bandeira e a moeda — e a implementação de um vasto conjunto de reformas sociais e políticas.
O novo regime institucionalizou o divórcio, reconheceu a igualdade de direitos entre homens e mulheres no casamento, e promoveu a proteção à infância e aos idosos. Reformulou as leis da imprensa, reconheceu o direito à greve e reorganizou as forças de segurança.
Com amplos poderes até à instalação da Assembleia Nacional Constituinte, em 19 de junho de 1911, o Governo Provisório conduziu o país até à eleição do primeiro presidente constitucional da República, Manuel de Arriaga, em 24 de agosto de 1911. A demissão formal do governo, aceite a 3 de setembro de 1911, marcou o fim de um mandato de mais de dez meses e o início efetivo da Primeira República Portuguesa.
Hoje, mais de um século depois, as comemorações do 5 de Outubro continuam a relembrar o ideal republicano e os valores de liberdade, cidadania e progresso que moldaram o Portugal moderno.

