O presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Carlos Ramalho, acusou hoje o hospital de Évora por se atrasarem na conclusão da avaliação de desempenho; no entanto, a administração da unidade renegou as demoras.
O sindicalista declarou à agência Lusa que, por causa desse atraso, “Haverá muitos enfermeiros” do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) que “ainda estão por progredir e isso tem um efeito imediato e provoca um prejuízo enorme”.
Segundo o presidente do SINDEPOR, o Sistema de Avaliação Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) dos enfermeiros do HESE referente aos biénios 2017/2018 e 2019/2020 não está concluído.
“O nosso país está a funcionar a várias velocidades”, salientou Carlos Ramalho, dando como exemplo o sindicato que já negociou com o sistema de saúde da Região Autónoma da Madeira “os biénios anteriores e até já o próximo”.
Uma fonte do Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE, contactada hoje pela Lusa indicou que “a avaliação de desempenho no biénio 2017/2018 já foi concluída” e que a do biénio seguinte, 2019/2020, “está a ser tratada”. Acrescentou ainda que “Nenhum enfermeiro ficará prejudicado por falta de avaliação”.
O presidente do SINDEPOR mostrou-se preocupado com o alegado atraso no processo de avaliação de desempenho, salientando que “esta situação reflete-se diretamente nas progressões dos enfermeiros e na sua própria motivação”.
Conforme Carlos Ramalho, estes profissionais “não são avaliados, não progridem, quando já deveriam ter sido, porque a avaliação de desempenho é um processo contínuo”, salientando que “Já estamos em 2021 e estamos a falar ainda do biénio 2017/2018”.
De acordo com o dirigente sindical, o HESE tem cerca de 400 enfermeiros e o alegado atraso da avaliação de desempenho irá afetar “mais de metade”.
Desses enfermeiros, “há muitos que estão com contrato individual de trabalho e esses nem sequer estão sujeitos ainda à avaliação de desempenho, mas os outros, que têm contrato de trabalho em funções públicas, estão todos implicados nessa situação e estes serão muito mais de metade”, acrescentou.
O SINDEPOR solicitou “uma reunião urgente” à administração do HESE, a fim de “debater e procurar soluções para os vários problemas” da unidade hospitalar, como “a avaliação do desempenho e as consequentes progressões resultantes”.