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PCP quer mais comboios no Alentejo e a CP admite que sim

Com material circulante recuperado, transportadora admite repor o serviço regional na linha do Sul, levar os Intercidades novamente a Setúbal e até voltar ao serviço de passageiros para Sines.

Foi em Dezembro de 2011 que a CP acabou com o serviço regional em grande parte do Alentejo, deixando sem comboios a maioria das estações e apeadeiros da linha do Sul (que liga Lisboa ao Algarve). O argumento era a fraca procura do serviço numa zona com pouca população. A par disso, os Intercidades para o Algarve deixavam de servir a cidade de Setúbal.

O PCP quer que Portugal aposte na produção de comboios e propõe um investimento de mais de três mil milhões de euros nos próximos 15 anos para renovar a frota e aumentar a oferta de ligações ferroviárias.

O PCP estima que “nos próximos 15 anos o volume de investimento necessário em material circulante ronde os 3,75 mil milhões de euros, cerca de 250 milhões por ano” e Jerónimo de Sousa defendeu que, “se o Estado não se limitar a ir às compras ao mercado e antes apostar na reconstrução da capacidade produtiva nacional, contribuirá para que uma parte importante dele se reproduza economicamente, gerando milhares de postos de trabalho e riqueza em Portugal para além de permitir no longo prazo diminuir os custos desse investimento”.

O comunista assinalou que este “é um investimento significativo” mas considerou que “existem os recursos suficientes, seja no quadro do chamado Plano de Recuperação e Resiliência e dos quadros comunitários de apoio, seja no quadro do Orçamento do Estado, seja por via de outras possibilidades de financiamento para investimentos produtivos”.

O secretário-geral comunista salientou que este investimento permitirá “substituir toda a atual frota nacional para o transporte ferroviário pesado de passageiros”, vai “permitir aumentar a oferta de transporta ferroviário de passageiros onde tal se coloque como necessário” e ainda “rentabilizar o conjunto de investimentos na infraestrutura que estão em curso, que estão planificados ou possam ser planificados”.

Entre os exemplos concretos, Jerónimo de Sousa apontou o aumento da “oferta nos comboios urbanos em todas as atuais linhas, substituir a frota de Cascais e criar novos serviços urbanos a Leixões e à linha do Oeste”, a eletrificação e modernização de linhas, melhorar “a oferta do intercidades assumindo o objetivo de disponibilizar ligações rápidas, diretas e de capacidade flexível”, além de “serviços complementares”, “substituir e alargar a frota dos alfas, dando pleno uso à nova ligação Lisboa-Porto” e ainda “reconstruir e alargar as ligações internacionais, incluindo na vertente de alta velocidade”.

“Para o PCP, o investimento que está a ser feito na ferrovia nacional, sedo insuficiente, não pode nem dever ser para ver passar os comboios alemães, franceses ou espanhóis”, frisou.

Os comunistas recomendam ainda ao Governo a “reunificação do setor ferroviário”, a fixação de um plano nacional para a rede ferroviária a 30 anos, um plano nacional para o material circulante que “preveja as necessidades” futuras.

In Público e Notícias ao Minuto

 

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