Na revista de imprensa de hoje, dia 21 de junho, contámos com o habitual comentário do Eurodeputado do PS, Carlos Zorrinho. Foram abordados os temas: as negociações entre o governo a propósito do SNS e os dados do Eurostat que dão conta que o poder de compra dos portugueses afundou.
No que diz respeito ao primeiro tema, o Eurodeputado do PS Carlos Zorrinho começou por referir que “nestas negociações há entendimentos pontuais, melhor coordenação, tem que haver uma melhor compreensão de todos os lados.”
Para Carlos Zorrinho é essencial que exista “maior troca de informação, maior partilha de esforços porque o SNS, em primeiro lugar, serve para prestar e garantir o acesso universal á saúde que está na nossa Constituição.”
O comentador considera ainda a este propósito que “num curto prazo, com maior ou menor dificuldade, vamos encontrar soluções com a boa vontade de todos os parceiros envolvidos.”
Apesar da confiança num futuro entendimento o Eurodeputado do PS reconhece que “o SNS tem um problema estrutural porque, por um lado, durante vários anos formaram-se menos médicos especialistas do que aqueles que viriam a ser necessários; por outro lado, sabemos que quer o privado, quer o estrangeiro, quer outras metodologias de contratação são mais atrativas do que o serviço público.”
Questionado se em seu entender há falta de estratégia na fixação dos quadros, Carlos Zorrinho considera que “não é falta de estratégia porque certamente o governo tem essa estratégia, o sindicato também, a ordem dos médicos terá outra estratégia” acrescentando “há falta sim de uma concertação estratégica e acho que o país exige que ela exista porque o SNS existe sobretudo para servir os utentes.”
No que diz respeito ao segundo tema “a inflação é um indicador económico, sobretudo um indicador que quebra o poder de compra, nomeadamente daqueles que têm rendimentos fixos ou daqueles que têm algumas poupanças, mas com taxas de juro muito baixas.”
Para Carlos Zorrinho há dois cenários possíveis: “ou esta inflação é pontual e vai depender muito da forma como terminar a situação de conflito à escala global e como forem respostas as cadeias globais de fornecimento; ou se for estrutural vai obrigar a medidas automáticas para reforçar os rendimentos das famílias.”
Para o Eurodeputado socialista isso “é fundamental, mas exige muito cuidado, para não se deitar gasolina no fogo porque a inflação é um excesso de massa monetária a funcionar sendo necessário garantir que há um bom ajustamento entre o poder de compra das pessoas e aquilo que é a oferta para não gerarmos ainda mais inflação.”