“Absolutamente lamentável” é como Carlos Zorrinho classifica o caso do homicídio ocorrido no aeroporto de Lisboa. “É preciso evitar que isso volte a ocorrer” afirma o Eurodeputado. Ainda sobre o cidadão ucraniano que foi assassinado pelos agentes do SEF, Carlos Zorrinho defende que “é preciso aproveitar esta circunstância para repensar, reorganizar e restruturar quer o SEF, quer a interligação com PSP e com a Polícia Judiciária.”
Carlos Zorrinho diz ainda que “a demissão do Ministro (da Administração Interna) não resolvia nada” e que “vamos começar agora uma presidência europeia no próximo ano e precisamos de ter um governo com gente preparada e unida”. A partir de Bruxelas, o Eurodeputado Socialista comenta “eu não acredito que o SEF seja constituído por mulheres e homens maus”.
Quanto à tão falada restruturação que se pretende fazer nas forças de segurança, Carlos Zorrinho refere que essa questão não é de agora, tendo o assunto cerca de 20 anos. “É muito complexo. Eu acho que é preciso ter um debate muito profundo (…) a nível nacional” afirma.
A questão dos enfermeiros contestarem vagas insuficientes e a Bastonária desses profissionais de saúde criticar a proibição de rescisões, no seu espaço de comentário na Rádio Campanário, Carlos Zorrinho defende que são precisos mais enfermeiros no SNS, principalmente os que têm especialização. “Contratar mais gente e dar-lhes mais condições para trabalhar, reduzindo assim a precariedade”.
A “bazuca” europeia chega a Portugal na sua primeira tranche e não se deve aplicar apenas nos problemas que a pandemia colocou. “Depois de reconstruída a casa europeia, deve fazer-se nova construção mais robusta, mais competitiva” defende Carlos Zorrinho, mencionando ainda que o “brexit” tem de ser feito de forma ordenada.
Ainda relativamente à TAP, o Eurodeputado Socialista diz que o problema não se prende apenas e só com a transportadora aérea portuguesa. Tem sobretudo a ver mais uma vez com a pandemia, na medida em que se verifica por todas as companhias europeias uma restruturação visto que o facto de não poderem voar ou fazê-lo de forma condicionada, fica muito caro e “é até perigoso em termos de garantias de manutenção”. Relembra ainda que Bruxelas não dá ajuda a problemas que já vinham “de trás da pandemia”. E a TAP (que até atribui grandes prémios aos mais altos quadros) não pode receber dinheiros públicos, sendo esta privada.