Em dia de debate na Assembleia da República e do mais que previsível prolongamento do Estado de Emergência até 16 março, a imprensa nacional continua a chamar para as primeiras páginas o, ainda, desconhecido plano de desconfinamento. Na Revista de Imprensa da Rádio Campanário, o eurodeputado do CDS, Nuno Melo afirmou que o plano já devia ser conhecido porque “Tem de haver uma grande sinceridade entre governados e governantes para que tudo possa correr bem, e eu acho que está longe disso”. Nuno Melo reconhece que os portugueses se têm mostrado disponíveis para “este sacrifício”, apesar de “todos os dias sentirem as consequências na sua vida e de só com informação conseguirem perceber a dimensão desse sacrifício”. Mas “desse ponto de vista o Governo não tem estado extraordinário”, conclui.
O eurodeputado identifica como o grande problema do Governo na gestão da pandemia “decidir muito politicamente em vez de gerir com base em critérios científicos”, pelo que, “está sempre a correr atrás do prejuízo e não antecipa os problemas”. Foi assim na gestão das férias, foi assim na gestão do Natal e como não correu bem, agora “o Dr. António Costa, assustado com o impacto que o desconfinamento pode ter na sua imagem e a pensar nos votos, quis rapidamente fazer marcha atrás e decidiu ser muito implacável neste confinamento”, diz Nuno Melo.
E se os jornais dão conta de que “Marcelo Rebelo de Sousa pressiona Costa para libertar o plano de desconfinamento”, isso é, Marcelo Rebelo de Sousa já a deixar adivinhar o que vai ser “o seu segundo mandato”. Nuno Melo considera que “o professor Marcelo não terá gostado de ver o espaço do centro/direita a fugir-lhe e como já não precisa do Governo nem do PS para ser reeleito, está a ser ele próprio. Espero que dentro das suas competências seja muito mais exigente em relação ao que pedir ao Governo”.
A finalizar, Nuno Melo considerou ainda que, com o fim das moratórias de crédito à habitação a terminarem já no fim de março, muitos portugueses não vão ter capacidade para começarem a pagar os seus empréstimos. E isso vai ter “um grande impacto” não só nas famílias, mas, porventura, também na situação da banca. O que deixa adivinhar que “os próximos tempos vão ser, por isso, muito difíceis e é importante que consigamos gerir tudo isto com paz social, porque em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, conclui o eurodeputado.