João Barros Matos, arquiteto, professor do Departamento de Arquitectura da Universidade de Évora e investigador do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), foi um dos galardoados dos Prémios Europeus do Património / Prémios Europa Nostra 2025 — a mais prestigiada distinção europeia no domínio do património cultural.
O prémio reconhece a qualidade da obra de adaptação da Fortaleza de Peniche a Museu Nacional da Resistência e da Liberdade. O projeto baseou-se na preservação da autenticidade das construções existentes, revelando quatro diferentes camadas de tempo: a rocha, a fortaleza, a prisão e o museu. A intervenção assentou na ideia de que conservar, adaptar e construir de novo são ações complementares que, em conjunto, estão na base do próprio conceito museológico. Inaugurado a 27 de abril de 2024, o museu é hoje um importante espaço de memória da resistência contra o fascismo e da luta pela liberdade, integrando uma rede internacional de instituições dedicadas à preservação de locais de memória da repressão imposta por regimes autoritários.
Criado pela Comissão Europeia em 2002, o prémio tem o objectivo de premiar as melhores práticas de intervenção no património cultural e fomentar o intercâmbio transfronteiriço de conhecimentos. No ano de 2025 foram apresentadas 251 candidaturas provenientes de 41 países europeus, tendo sido premiados três projectos portugueses: o Museu Nacional Resistência e Liberdade-Fortaleza de Peniche (na categoria Conservação e Reutilização Adaptativa), o programa governamental Saber Fazer (na categoria Educação, Formação e Competências) e o projecto de revitalização da tecelagem tradicional de Almalaguês (na categoria Envolvimento dos Cidadãos e Sensibilização).
