A seca atravessada por Portugal nos últimos anos, tem tido especial incidência a sul do Tejo, nomeadamente na região Alentejo. Surge assim a necessidade de preparação dos produtores para episódios de seca extrema, nomeadamente “através da construção de barragens privadas”, defende José Palha, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cereais, Oleaginosas e Protaginosas (ANPOC), em declarações à Rádio Campanário.
O dirigente aponta a necessidade de uma “aposta nacional na armazenagem de água […] através da construção de barragens privadas” e públicas, ou melhoramento das últimas, assente “numa estratégia nacional de médio prazo” que assegure não só água para a produção agrícola, como para o abastecimento público.
Questionado se a construção de barragens se justifica num cenário de pouca pluviosidade, retorquiu que num cenário a 5 anos, em que apenas 3 registam pouca pluviosidade, “nos 2 anos em que há muita pluviosidade, essa água fica guardada […] para os anos em que não temos nenhuma”.
José Palha refere que um hectare de cereal pode duplicar a sua produção, com uma rega de 1500m3 por hectare. O milho por sua vez, surge como uma cultura que requer 7000 m3 por hectare. Perante a insuficiência de água, os cereais poderão surgir como alternativa à produção de “milho ou outra cultura muito exigente em água”, beneficiando “o cereal e toda uma economia rural de fixação de populações” e até mesmo, o país.