6.5 C
Vila Viçosa
Sexta-feira, Março 29, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Fernando Pimenta com 3 canoistas em estágio no Alentejo para preparar Jogos Olímpicos de Tóquio

© Nuno Veiga/Lusa

Fernando Pimenta está a fazer um estágio de duas semanas no Alentejo, em preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O canoísta já garantiu o apuramento para a prova.

Com o atleta estão ainda outros três que procuram carimbar o passaporte para as olimpíadas do próximo verão.

Na tranquilidade da albufeira da barragem do Maranhão, em Avis, no distrito de Portalegre, quatro atletas buscam um sonho chamado Jogos Olímpicos.

O canoísta Fernando Pimenta espera lutar pelas medalhas, mas antes ainda terá de competir na Taça do Mundo, que se realiza em maio, na Hungria.

A dupla Marco Apura e Bruno Afonso e a atleta Joana Vasconcelos esperam conseguir integrar a comitiva portuguesa.

Portugal tem sete atletas qualificados na canoagem para os Jogos Olímpicos de Tóquio. A competição está marcada para o próximo verão, de 23 de julho a 8 de agosto, depois de ter sido adiada por causa da pandemia.

Joana Vasconcelos, Marco Apura e Bruno Afonso realizaram estágio de duas semanas e treinaram com o medalhado Fernando Pimenta, que “dá sempre outra motivação”.

A menos de quatro meses do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, há três canoístas portugueses que ainda alimentam o sonho de estarem presentes no maior evento desportivo do mundo. A pandemia deu-lhes pouco espaço de manobra (poucas provas), mas no início de maio, na Hungria, na Taça do Mundo, vão tentar alcançar as marcas necessárias durante um apuramento continental.

Para esse objetivo ser possível, Joana Vasconcelos e a dupla Marco Apura e Bruno Afonso cumpriram um estágio de duas semanas junto à albufeira da barragem do Maranhão, em Avis, distrito de Portalegre. E tiveram a oportunidade de treinar com Fernando Pimenta (medalhado olímpico já apurado) e outros atletas.

Em declarações à Lusa, Joana Vasconcelos prometeu “lutar” por um lugar nos próximos Jogos Olímpicos e reconheceu que “é um sonho muito grande e um grande desafio” voltar a disputar esta competição. Ausente do Rio 2016, depois de ter estado em Londres 2012, a atleta de 30 anos revelou ter a sua preparação “muito focada” em K1 500 metros, e também nos 200 metros, para “dar o máximo nas duas distâncias”.

Já Marco Apura e Bruno Afonso, que formam dupla em C2 1000 metros, partilham a ambição de estarem juntos na capital do Japão. “Ainda teremos de passar por um apuramento continental”, no início de maio, na Hungria, lembrou Bruno Afonso, notando que a qualificação para os Jogos Olímpicos é o “principal objetivo” da dupla. “Para já, não pensamos em qualquer outro para esta época”, sublinha, admitindo que o “maior desejo” da dupla “é estar em Tóquio”.

“Temos treinado com o Fernando Pimenta, que é para nós uma grande referência”, frisou Marco Apura, enquanto Bruno Afonso assinalou que os treinos com o canoísta olímpico dão “sempre outra motivação”.

Mesmo em contexto de pandemia, a canoísta Joana Vasconcelos considerou que 2020 “não foi um ano perdido”, uma vez que até chegou a competir, além de ter aproveitado para “tentar melhorar aspetos menos bons”. “Acho que nos fazia mesmo bem ter, pelo menos, uma competição, claro que, se realmente não desse, tínhamos que nos adaptar, mas tivemos a sorte que deu” para realizar uma prova e serviu como “um teste”, afirmou.

Também o canoísta Marco Apura disse que o adiamento e o cancelamento de provas deu “um ano a mais de treino” aos atletas, o que “é sempre muito bom para evoluir”. Por outro lado, admitiu, a paragem forçada pela pandemia “prejudicou um bocado” o trabalho, uma vez que “os atletas treinam sempre com a ambição de querer competir” e o facto de não ter havido mais provas “é um bocado estranho”.

Quem não tem dúvidas sobre o impacto negativo da “falta de competições” é Bruno Afonso, que reconheceu que, com as “primeiras notícias” sobre adiamentos e cancelamentos de provas, os atletas atravessaram “um período difícil”. “Mas foi ultrapassado e conseguimos ganhar um novo rumo e um bom rumo e manter a preparação sempre no topo”, sublinhou.

Já com o passaporte carimbado para os Jogos Olímpicos, o canoísta português Fernando Pimenta traça como objetivo “atingir as finais” para depois sonhar com as medalhas. “Sem atingirmos as finais não podemos sonhar com mais nada e só depois de termos carimbado a final é que podemos ambicionar lutar pelas medalhas”, afirmou Fernando Pimenta

Apesar de não assumir o “rótulo” de favorito, o canoísta sublinha que “a ambição é sempre muita” para os Jogos Olímpicos, mas reafirmou que, tal como em todas as competições, “o objetivo inicial é sempre atingir as finais”. “Há um longo processo e trabalho. Até à Taça do Mundo falta um mês e meio e temos de manter o foco e a disciplina para conseguir melhorar o máximo possível para, depois, fazer um segundo momento de forma até aos Jogos Olímpicos”, realçou.

Pimenta vai competir na Taça do Mundo, em maio, na Hungria, para “aferir como foi feita a preparação até esta fase” para, depois, em junho, participar no Europeu, na Alemanha, que será “mais para ganhar ritmo competitivo”.

Devido à pandemia, Pimenta, de 31 anos, admite que houve necessidade de fazer algumas adaptações, com a escolha de “locais mais isolados” para treinos e o reforço dos cuidados para “o afastamento social” dentro da comitiva. “Ainda não tivemos nenhum caso de covid-19 no nosso pequeno grupo”, o que “é bom para não sermos afetados com isso”, adiantou Fernando Pimenta, já medalhado com a prata em K2 1000 metros, em Londres 2012, com Emanuel Silva.

Além de Fernando Pimenta, estão igualmente apurados para os Jogos Olímpicos os canoístas portugueses Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista, David Varela e Teresa Portela, tal como Antoine Launay, que também vai competir no Japão, no slalom.

In SIC Notícias e DN

Populares