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Sábado, Abril 20, 2024

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“A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria vive das pessoas e do espaço para as escutar”, diz Tiago Pereira (c/som)

Num tempo acelerado, onde tudo é consumido e ultrapassado e a informação vem de todos os lados, a verdade é que escutamos cada vez menos, seja no norte ou no sul.

Existe no entanto, todo um tempo para trás que deve ser preservado.

O Projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, existente há quase dez anos, aposta nisso mesmo, na gravação de tudo o que representa a cultura portuguesa.

A Rádio Campanário esteve à conversa com Tiago Pereira, responsável por este projeto que nos adiantou que o objetivo do mesmo começou por ser “gravar toda a riqueza musical existente, documentando pessoas, no entanto o mesmo acabou por se estender a outras coisas”.

Segundo indica o responsável “este projeto tende a afirmar-se como um novo paradigma social ou um possível novo paradigma social baseado na partilha de conhecimentos e na sua escuta”.

Com cerca de 10 anos a efectuar recolhas, questionado qual o espólio existente, Tiago Pereira sublinhou que “existe muita recolha efetuada, temos mais de cinco mil vídeos”.

“O que vemos é que somos privilegiados pois estamos a gravar o fim de uma Era, uma transição da tradição oral para a tradição digital”, referiu realçando que “é importante perceber que em 2020 ainda se conseguem encontrar pessoas que vão terminar, mas que ainda têm a cabeça cheia de memórias e que conseguem recordar”.

Relativamente à preservação do que é a tradição e as origens da cultura popular, Tiago Pereira adianta: “a tradição é sempre contemporânea e acompanha sempre os tempos. Nós, por exemplo, neste momento, podíamos fazer o cancioneiro do COVID pois há milhares de pessoas a escreverem poemas sobre o COVID-19”.

Tiago Pereira sublinha ainda que no “A Música portuguesa a Gostar Dela Própria” existem grandes mudanças desde o seu início até à data hoje, no entanto a “raiz continua a mesma”.

O responsável termina realçando que o foco deste projeto são as pessoas e que “este trabalho vive das pessoas, daquilo que elas nos dão e do espaço que temos para as escutar”.

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