A Trata-me Bem – Associação de Prroteção Animal está sedeada em Viana do Alentejo e lida diariamente com o flagelo do abandono de animais.
A Associação, que resultou de um grupo de cuidadores informais de animais de rua, pôs mãpos à obra e arrancou com o projeto CED, um programa de esterilização em massa de âmbito nacional destinado a gatos.
Através de um desafio lançado pelo Município de Viana do Alentejo, este grupo de “amigos dos animais “constituiram-se então como Associação dando lugar à Trata-me Bem.
Ana Dias, a responsável, explicou à Rádio Campanário como tem sido desenvolver este projeto na área de abrangência onde se encontram.
Começa por nos referir “queremos que o nosso projeto seja sobretudo educativo pois queremos trabalhar sobretudo a consciencialização do bem estar animal.”
Em jeito de balanço conta-nos que 2022 “foi um ano positivo para a Associação” acrescentando “conseguimos responder às necessidades, apesar dos poucos meios existentes, nomeadamente animais abandonados, doentes ou atropelados.”
A Associação conseguiu ainda no ano que passou “que alguns animais fossem adoptados o que foi precioso para o trabalho desta Associação.”
Sobrevivem essencialmente "da boa vontade de quem se solidariza com esta causa, pois não dispõem de apoios Institucionais", conforme nos referiu.
A principal dificuldade, explica Ana Dias, e que é transversal a todas as Associação de Proteção a Animais, são as despesas veterinárias, para as quais não existem, ainda, apoios e que, em regra, são muito elevadas.
Só em 2022 a Trata-me bem “salvou” mais de uma centena de animais “entre animais de rua e animais e famílias carenciadas que deixaram de ter capacidade para suportar as despesas inerentes ao custo de ter animais em casa.”
Questionada pela Rádio Campanário se a Associação sentiu um crescimento do abandono de animais no ano que passou, Ana Dias refere “o abandono de animais aumentou bastante, nomeadamente animais que sabemos que estavam em contexto doméstico, ou seja, que não eram já animais de rua.”
O número de pedidos de ajuda também aumentou e para fazer face a uma resposta para estes pedidos a Associação começou a participar em campanhas de angariação de alimentos para animais.
A Associação não tem um espaço próprio para acolher os animais que recolhem mas trabalham com algumas famílias de acolhimento temporário.
Ana Dias considera ser necessário que a Lei de maus tratos a animais se efetive e ajude as Associações de Proteção a animais porque é necessário que “quem abandona e maltrata animais sejam punidas.”
Sob o lema “Trata-me Bem” , refere Ana Dias “gostávamos que as pessoas tivessem consciência que os animais sofrem e tratá-los bem é o mínimo que podemos fazer.”