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Quinta-feira, Março 28, 2024

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Alentejo: Saúde e Politicas Sociais nas prioridades do Partido Socialista para as próximas legislativas (c/som)

Num périplo pelo distrito de Évora, Capoulas Santos, cabeça de lista pelo Partido Socialista ao distrito nas próximas legislativas, acompanhado pela sua comitiva, fez uma breve paragem, pela Rádio Campanário onde, durante uma entrevista, falou sobre a candidatura, promessas e prioridades.

Confrontado pela Rádio Campanário do porquê ter aceitado este desafio, o socialista explicou que sentiu um enorme apelo de muitos outros socialistas em representar a região alentejana. Capoulas Santos afirma sentir-se na plenitude das suas capacidades cuja “ (…) experiência pode ser útil no momento que o país atravessa”, uma altura em que é prioritário recolocar o Alentejo no mapa das prioridades politicas.

Diferentes das promessas feitas na anterior candidatura, Capoulas Santos afirma, que sem dúvida, a prioridade neste momento para a nossa região são as “políticas sociais”. O Alentejo vive submergido de problemas sociais, quer pela perda de emprego ou pelos baixos salários, onde os idosos surgem como prioritários, as chamadas políticas sociais devem, por isso, ser a “espinha dorsal” do futuro governo, declara.

Relacionado com esta questão, mas não menos importante, está também na sua lista das prioridades a construção do novo Hospital Central, que suspenso em 2012 por decisão somente do governo, disse Capoulas Santos, terá ao seu dispor uma verba de 100 milhões de euros para a sua construção, num total de 1000 milhões de euros vindos de fundos europeus.  Então, “proponho que esta obra se concretize sem um cêntimo de acréscimo da despesa pública”, declara o político.

Os programas do Alentejo 2020 são já conhecidos e não contemplam qualquer construção de hospitais, ideia refutada pelo socialista que afirma que os “programas são reprogramáveis” e “(…) que num futuro governo do partido socialista alterará essas prioridades”, sendo dada primazia à construção do hospital.

Ainda que de uma forma um pouco hipotética, o socialista afirmou à nossa rádio que num futuro próximo esse novo hospital poderia mesmo vir a ser “(…) a célula de uma faculdade de medicina na nossa região”.

O atual governo não previu a construção do hospital, nos fundos comunitários destinados ao Alentejo, “ (…) para que isso venha a acontecer é necessário renegociar com a União Europeia a reprogramação do quadro plurianual do Alentejo e incluir anualmente a fatia necessária para que se possa lançar o concurso e ter as obras concluídas até 2020”. Capoulas Santos afirma que “(…) o dinheiro está lá, está é destinado a outras coisas”, trata-se portanto de uma “opção politicas”, diz.

“Justifica a alocação de 10% dos recursos europeus” uma vez que, vai servir toda uma população, maioritariamente envelhecida, e que não possui meios próprios para deslocações aos grandes centros hospitalares.

Questionado pela rádio sobre a reprogramação dos fundos europeus, de forma a encaixar este financiamento, o candidato socialista declarou ainda não saber a que áreas o novo governo irá buscar o financiamento “(…) obviamente que esse exercício terá de ser ponderado em função das prioridades que forem consideradas mais importantes”, afirma.

O atual governo criou, na área social, as chamadas cantinas sociais que distribuídas por 14 concelhos, no distrito de Évora, são um projeto a continuar afirmou o candidato socialista. Confrontado sobre esta questão, pela rádio, Capoulas Santos admitiu que esta região é bastante fustigada pelo desemprego, e pela chamada “pobreza envergonhada”, causada sobretudo com a regressão sentida na indústria dos mármores, por isso “há que encontrar soluções para todos os problemas, para aqueles que estão sinalizados (…) mas há sobretudo que atacar o problema pela base, e o problema só se resolve modificando a economia”.

Outra das questões discutidas durante a entrevista foi a exploração do ouro na Boa-fé, em Évora, que representa precisamente uma contestação nas prioridades do partido socialista. Capoulas Santos afirmou perentoriamente que a posição da assembleia municipal não é vinculativa (chumbou o projeto), para além de confirmar a existência do minério o socialista enumerou as vantagens e desvantagens da exploração. A vantagem económica e financeira é óbvia mas ínfima, prevendo-se, por isso maiores desvantagens, refere: “Parar extrair 1 grama de ouro na serra de Monfurado, é necessário fraturar várias toneladas de minério e rochas e o processo tecnológico para o fazer é altamente atentatório contra o ambiente”.

Se não houver mais nenhuma contestação, parece que o único senão à concretização deste projeto é mesmo a descida da cotação do ouro nos mercados internacionais, “(…) haverá por isso um limite a partir do qual a exploração se torna inviável”. Seria esta o único senão para o início deste “crime ambiental”, refere ao político.

Sobre a desertificação, Capoulas Santos foi confrontado pela rádio acerca da perda de população no Alentejo, e quais as medidas a tomar neste caso em concreto. De acordo com Capoulas Santos, um dos principais fatores desta debilidade populacional é a estagnação da economia e portanto “resolve-se o problema demográfico, apostando na economia, apostando nos nossos recursos”. O Socialista refere que tal como aconteceu há uns anos atrás com o Alqueva que, se transformou numa aposta ganha, é necessário investir no Alentejo de forma a fixar os que cá estão e atrair novas gentes, “ (…) para que o ciclo demográfico se inverta”

Sobre a delegação de competências governamentais para várias autarquias, nomeadamente nas áreas da saúde, cultura e educação, Capoulas Santos afirma que “(…) tudo o que seja descentralização para os municípios é correto (…) deve ser feito num quadro negocial claro e deve ser acompanhado dos meios adequados” (…) só assim faz sentido uma reforma do estado”

Sobre o projeto do TGV, o candidato socialista considera que é uma “(…) situação a ser avaliada em função do contexto e dos recursos disponíveis”, não demostrando ainda uma posição bem definida sobre a matéria.

Em suma, Capoulas Santos, para as próximas legislativas, assume como principal bandeira do Partido Socialista a construção de um novo Hospital Central para Évora, mas também a continuidade das políticas sociais já implementadas pelo atual executivo e ainda o fomento económico do Alentejo como força de combate ao desemprego e à pobreza.

Por fim, o socialista submeteu-se, ainda, a um jogo de classificação de 1 a 10 sobre as diferentes áreas inerentes ao país e da importância de cada uma delas.

Ouça a entrevista aqui! 

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