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Évora: CEiiA e ELIO criam empresa que permite “o conhecimento do setor agroflorestal com tecnologia de ponta” diz CEO da ELIO (c/som)

O CEiiA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto) e a ELIO apresentaram esta sexta feira, dia 02 de outubro, em Évora, nas instalações do CEiiA no PACT (Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia), uma nova empresa conjunta que tem como ambição revolucionar o setor agroflorestal através da monitorização e gestão autónoma de ativos, transformando dados em insights de negócio.

A ELIO TECNOLOGIA é uma joint-venture entre o CEiiA e a brasileira ELIO que resulta da valorização da ciência e do conhecimento gerado ao longo de anos com parceiros de vários países, nomeadamente com o MIT nos EUA, o ITA no Brasil e agora em Portugal. Esta empresa visa o desenvolvimento, industrialização e comercialização de novos serviços para o setor agrícola, baseados em Veículos Aéreos Não Tripulados, como drones e dirigíveis como o Elio Airship. O Elio Airship é um dirigível inovador a ser industrializado nesta nova empresa, com capacidade de percorrer grandes distâncias, com cargas até 250 kg de payload, que com a utilização de Inteligência Artificial aplicada a uma lógica de Robot-as-a-Service, pretende revolucionar o mercado.

A RC este na apresentação desta nova empresa e falou com Rui Ribeiro, CEO da ELIO, que explicou em que consiste o projeto.

Segundo o CEO, será transferido para o CEiia “um novo conjunto de tecnologias totalmente desenvolvidas nos últimos cinco anos para apoiar os produtores agrícolas e florestais. É um conjunto de ferramentas, desde aeronáutica, à parte de sensores e de inteligência artificial, tudo isso traduzido de uma forma simples para que o produtor no seu dia a dia possa melhorar a sua eficiência, desperdiçar menos dinheiro e no final do dia possa ter melhor rentabilidade das suas culturas”.

Sobre o dirigível inovador, o Elio Airship, que tem formato de balão, explica que permitem “ver o que se passa dentro das plantas voando por cima delas e essa informação conseguimos transformá-la em informação útil para os produtores. Trabalhamos para os engenheiros agrónomos como sendo uma base de informação visual com sensores especiais que veem o que se passa dentro das plantas e com isso transformarmos em bases de decisão para que eles possam tomar melhores decisões e ser mais eficientes”.

Revela ainda a existência de um outro equipamento “disruptivo, algo novo no mercado”. Esta é uma patente que está a ser transferida para Portugal e que está relacionada com “a aplicação inteligente de defensivos agrícolas, ou seja, de agroquímicos. Quando se têm de aplicar os agroquímicos, não ter que deslocar uma máquina que custa muito dinheiro, que vai acabar por aplicar fora do sítio onde é necessário e com esse equipamento pode-se ir lá, inteligentemente fazer a aplicação direcionada”.

O equipamento será novo, porém já teve alguns testes a parte de “desenvolvimento tecnológico” para que seja possível voar foi feita no Brasil. Agora, com esta junção ao CEiiA, está a ser transferido o “now-how desse desenvolvimento” tecnológico e a empresa irá transformá-lo “num produto”.

“O CEiiA é especialista nisso, em transformar, é um centro de inovação e produto”

Apesar de já terem sido feitos testes no Brasil, agora será necessário adequar os algoritmos à realidade de Portugal. Rui Ribeiro, conta que “a nossa experiência é com culturas tropicais, ou seja, que se dão no Brasil e no México. Nos Estados Unidos também temos alguma experiência na parte de citrinos e etc. Temos trabalhado em várias culturas em vários lugares do mundo. Mas uma das características da cultura é que ela é muito dependente da genética e do local onde está, então cada vez que vamos para um local novo temos uma fase de aprendizagem e de adaptação que já temos, só que estamos a adaptar a uma coisa que já existe, já não estamos a começar de novo”.

Este aparelho novo deteta pragas, fungos, ervas daninhas, animais doentes, ou seja, um vasto “conjunto de coisas que não são boas para as culturas”.

Ao utilizarem este aparelho, os agricultores têm a vantagem de “gastar muito menos dinheiro para combater a doença”, pois esta é ainda detetada numa fase inicial.

O CEO da ELIO afirma que “ter acesso a uma ferramenta que permite ter uma visão global sobre toda a sua produção, que é algo que não se consegue a andar de carro dentro da fazenda”.

Este é um equipamento diferenciador no mercado, pois os “sensores e os equipamentos foram desenvolvidos por nós para aplicação nestas situações, então é muito adaptada à parte agrícola, às extensões diárias que a agricultura tem e os nossos equipamentos são muito eficientes. Nós trabalhamos com ótica nossa, ou seja, as imagens que tirámos são de muita alta qualidade o que nos permite tirar muito mais informação”.

Por fim, sobre até onde pode chegar este equipamento, refere que “é um equipamento autónomo de carga, trabalha fora dos limites de operação de qualquer equipamento. (…) Então tudo o que tem a ver com deslocações logísticas, toda essa parte pode ser feita através de um produto que é autónomo, que voa baixo e que tem capacidade de se desviar de alguns problemas que encontra”.

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