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Monforte: “A história e património são eternos. Dar-lhe mais valor é obrigação de cada cidadão” diz Presidente da Câmara Municipal(c/som e fotos)

Estão concluídos os trabalhos de Conservação e Restauro que, no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Município de Monforte e a Paróquia local, foram executados na Igreja Matriz de Monforte – Santa Maria da Graça e que deixaram a descoberto o que mais se aproxima das pinturas originais dos altares dessa igreja, designadamente o Altar de Nossa Senhora do Parto, o Altar-Mor e os Altares Laterais, Arco Cruzeiro e Arcos.

No passado dia 16 de julho, decorreu uma cerimónia da Bênção dos restauros, antecedida pela realização de eucaristia, cuja cerimónia foi presidida pelo Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Évora, D. José Alves, coadjuvado pelo Pároco do Concelho de Monforte, Padre Ronildo Faria dos Santos, e pelo Cónego Júlio Manuel Roxo Rodrigues.

Em representação do Município, estiveram presentes o Vice-Presidente, Fernando Saião, e a Vereadora, Mariana Mota, a Dirigente da Unidade Sociocultural, Educação e Desporto, Teresa Cunha, e a técnica de Conservação e Restauro responsável pela intervenção, Patrícia Cutileiro.

Ao longo dos últimos anos têm sido inúmeras as intervenções em património imóvel/móvel religioso promovidas diretamente pela Câmara Municipal de Monforte através do seu Serviço de Conservação e Restauro.

No âmbito da referida parceria estabelecida entre o Município e a Paróquia, foram empreendidos, durante a última década, sob coordenação de Patrícia Cutileiro, trabalhos em várias igrejas e capelas da vila de Monforte.

Por outro lado, atendendo às especificidades das intervenções, a autarquia tem articulado com outras entidades metodologias pontuais de colaboração que se têm revelado de grande utilidade. Assim, foi possível recrutar, em situação de estágios voluntários, alunos dos Cursos de Conservação e Restauro da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A Rádio Campanário falou com Gonçalo Lagem, presidente da Câmara Municipal de Monforte que nos adiantou “não é possível especificar o valor total do investimento do município neste projeto, no entanto, sublinhou “ o empenho do Município e dos seus recursos humanos de há dez anos a esta parte e que visaram a recuperação, o melhoramento, a requalificação e a conservação de todos os altares da Igreja Matriz de Monforte, com vista não só a recuperar aquilo que é um património ímpar, mas também, a honrar e homenagear todos os que estiveram antes de nós e isso para nós é grande motivo de orgulho.”

O Autarca refere ainda “fizemos um trabalho fantástico e com mão de obra altamente qualificada “ acrescentando “ a nossa história e o nosso património são eternos. Se no nosso tempo útil de vida, acrescentámos valor a esse mesmo património, estamos a cumprir com aquilo que é a obrigação prioritária de cada um dos cidadãos.”

De acordo com as declarações de Gonçalo Lagem à RC, este projeto contou com “o apoio de muitos Messenas que para ele contribuíra, pessoas que participaram ativamente neste projeto” e dará o seu contributo para alavancar o Turismo da Região.

Foi na Igreja Matriz que foi executada uma intervenção sistemática numa lógica de património integrado, designadamente no Altar de Nossa Senhora do Parto, cujo retábulo em talha dourada e pintura decorativa do século XVIII se encontrava completamente coberto por espessas camadas de tintas esmaltadas e purpurinas prejudicando fortemente a obra de arte a vários níveis.

Relativamente às intervenções no Altar-Mor e nos Altares Laterais, Arco Cruzeiro e Arcos, segundo informação prestada por Patrícia Cutileiro, sabe-se que, em finais do séc. XVIII, a Igreja Matriz de Monforte foi sujeita a profundas transformações arquitetónicas. Estes novos elementos arquitetónicos foram decorados com pinturas murais realizadas a fresco/meio-fresco. 

A imitação de materiais nobres com técnicas de fingimento foi muito utilizada pelos baixos custos de produção. 

Depois de executadas algumas sondagens, constatou-se que todos os altares e arcadas apresentavam esse tipo de decoração mural, o qual importava preservar, conservar, restaurar e valorizar, restituindo a decoração barroca original aos altares desta igreja e a sua luminosidade natural.

Ana Rocha

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