20.9 C
Vila Viçosa
Terça-feira, Abril 23, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Rádio Campanário – Henrique Neto diz “Existe uma base pobre neste acordo à esquerda” e arrasa anteriores governos do PS (c/som)

Numa grande entrevista à Rádio Campanário, o candidato independente às eleições presidênciais de 2016, Henrique Neto, falou sobre a atualidade politíca do país e revelou as medidas que tomaria se estivesse na posição de Presidente da República.

 Henrique Neto, nasceu em Lisboa a 27 de Abril de 1936, no seio de uma família de operários da indústria vidreira, originária da Marinha Grande. Iniciou a sua atividade politíca na adolescência sendo militante do Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil, colaborou na campanha de Humberto Delgado em 1958, fez parte das listas da oposição democrática em 1969, do congresso de Aveiro em 1973. Durante oito anos foi militante do Partido Comunista Português (1967 a 1975), saiu do partido desiludido e esteve algum tempo afastado da militância politíca. A convite de Jorge Sampaio tornou-se militante do Partido Socialista (PS) onde chegou a ser deputado no mandato legislativo de António Guterres (1995-1999 ).

Henrique Neto, expõe os motivos que o levaram a candidar-se como independente assegurando que “o Presidente da República e os candidatos à presidência da república devem ser independentes de todos os partidos e vejo com maus olhos que hajam candidatos fortemente apoiados pelos partidos. A experiência mostra que os Presidentes da República que não sejam independentes estão condicionados pelo seu partido e deixam de ser presidentes de todos os portugueses.”

Questionado sobre a viabilidade de um governo de maioria de esquerda, Henrique Neto, afirma que “ a situação política do país é de um endividamente extremo ao exterior, de ausência de independência relativamente aos credores externos e à União Europeia, portanto, o proximo governo vai viver numa circustância de grande dificuldade daí que a coligação de esquerda se apresente com uma enorme vontade de governar o país sendo também previsível que Cavaco Silva aceda a convidar o Dr.António Costa para a formação do governo, dentro em breve espero, visto que é um governo legítimo.

A Rádio Campanário, quis saber que posição adotaria, Henrique Neto, caso fosse o atual Presidente da República. O empresário revelou que” indigitaria o Dr. António Costa mas a minha primeira condição era a de que os partidos que assinaram o acordo à esquerda se comprometesse no imediato numa governação para toda a legislatura, não haveria moções de censura, nem haveria chumbos de orçamentos.” Expressa que “ quem ler os acordos verifica que existem desconfianças entres eles quase tudo ficou para discutir depois, exatamente por isso se fosse Presidente da República exigiria mais garantias de estabilidade política aos partidos que agoram se apresentam com uma proposta de maioria de esquerda. Considera ainda que” se o PCP continuar a persistir na ideia de sair do euro não são ideias conciliáveis mas eu tenho que assumir que se o PCP quer fazer parte de uma maioria de esquerda para a legislatura não pode exigir a saída do euro.”

O militante e ex- deputado do PS, salienta que “existe uma base pobre no entendimento deste acordo à esquerda e o Presidente da República deve contribuir ajudando pessoalmente à negociação e deve reforçar essa estabilidade e qualidade do acordo de maioria de esquerda.”Na sua opinião “ se os membros do PCP e BE integrassem o governo contribuiria para um governo mais sólido.”

 Henrique Neto, foi um assérrimo critíco durante toda a legislatura do engenheiro José Sócrates chegando mesmo a dizer que não tendo como provar mas relativamente ao que saíu nos orgãos de comunicação o ex- primeiro ministro poderia estar ligado à Maçónaria, confrontado ainda com esta questão declarou que “ toda a gente sabe que o Partido Socialista tem nas suas diferentes direções, ao longo dos anos, muitos membros que são da Maçonaria não condeno (…),o que condeno é o secretismo e os negócios que são feitos,o fato de se organizar para escolher, eleger e influenciar nas decisões políticas.”

Segundo Henrique Neto “a legislatura do engenheiro José Sócrates foi uma era totalmente desastrosa porque conduziu o país para um endividamento extremo, fez investimentos sem rentabilidade, foi um primeiro-ministro autoritário que controlava o partido sobre a sua vontade.”

Em declarações à Rádio Campanário, Henrique Neto tece critícias sobre o sistema partidário afirmando que “o grande drama português é que os partidos da direita e da esquerda passam a vida a lutar uns contra os outros e quando um diz branco o outro diz preto, sem saberem se é bom ou mau e é por isso que temos uma admnistração pública ineficiente, uma justiça ineficente pois cada vez que um partido quer mudar o outro entra em desacordo, um presidente não pode cair nesses maniqueísmos, um presidente tem que ser de todos os portugueses e quando defende uma posição é a sua convição. É para isso que existe um Presidente da República não é para estar em Belém sentado à espera que as coisas que aconteçam.”

Para o candidato independente “a legislatura de Passos Coelho fez coisas que não podia deixar de fazer como a correção dos erros anteriores, tomou medidas positivas na área da saúde sendo que reduziu o preço dos medicamentos, tentou fazer uma melhor gestão dos hospitais, embora,noutros setores como a admnistração pública e a justiça não tenha feito grandes reformas.”

No ponto de vista do empresário “ esta opção do Dr. António Costa criou uma grande expetativa no país visto que nunca tinha sido tentada proporcionou aos diversos setores da sociedade portuguesa uma enorme energia e uma nova esperança por haver um governo de maioria de esquerda e se essa solução não for sólida vai provocar um enorme desânimo nos cidadãos que colocaram a sua fé nesta opção.”

Henrique Neto, enfantiza que “ se fosse Presidente da Répública teria chamado Dr. António Costa e o Dr. Passos Coelho no início deste processo realizaria uma reunião em conjunto com os dois líderes partidários porque esta é uma decisão muito importante e muito difícil há que chamar à atenção os partidos e por outro lado há que garantir o interesse nacional.”

 

 

Populares