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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Tiago Salgueiro apresenta projeto para que antiga Farmácia Monte seja transformada em museu (c/som)

A emblemática e secular Farmácia Monte em Vila Viçosa foi obrigada a mudar o local das suas instalações, após 107 anos de portas abertas na Rua Dr. António José de Almeida (vulgo Rua de Cambaia) em Vila Viçosa.

Criada em 1912, a Farmácia Monte conta com o recheio mais antigo da Europa, sendo o local onde se faziam todos os medicamentos, contando ainda com todo o espólio de utensílios usados nos tempos de outrora para as práticas farmacêuticas.

Por ter um espólio tão rico e histórico, Tiago Passão Salgueiro, historiador, entregou ontem aos proprietários do antigo espaço da farmácia e à Câmara Municipal de Vila Viçosa uma proposta de valorização patrimonial do espaço.

Em entrevista à RC, Tiago Passão Salgueiro explica que “este é um projeto que tem cerca de um ano e meio”.

“Comecei a fazer um estudo detalhado sobre o acervo farmacêutico da antiga Farmácia Monte, que foi fundada em 1912, e a partir daí descobri algumas particularidades interessantes em relação ao próprio funcionamento do espaço e fiz um levantamento bastante exaustivo tendo em conta esse pressuposto”, conta.

Com esta proposta tem como objetivo uma ideia de “musealização daquele espaço através da criação de uma coleção visitável”.

Questionado se, entretanto, já teve algum feedback por parte dos proprietários ou do município afirma que não. Porém, reforça que a proposta entregue é apenas inicial: “é um documento de trabalho que pretende chamar a atenção para o valor patrimonial do espaço e o que se pretende agora é que todas as entidades que têm alguma responsabilidade sobre esta matéria possam discutir uma estratégia para o futuro”.

No projeto, Tiago Passão Salgueiro, realçou foi a “riqueza em termos de acervo farmacêutico, quer a nível dos medicamentos que eram preparados na própria farmácia, quer na própria maquinaria que foi desenvolvida pelo doutro António Vítor do Monte. Portanto, fiz uma compilação para tentar realçar esse valor histórico e a partir daqui propor a criação de uma parceria entre os proprietários e a Câmara Municipal que possa permitir, eventualmente no ano de 2021, sem um investimento muito avultado, a possibilidade de abrir aquele espaço ao público e torná-lo acessível para diversas atividades pedagógicas ou turísticas”.

“O legado que existe é bastante importante e único, por isso penso que Vila Viçosa ficaria a ganhar com a criação de um espaço visitável que permitisse perceber a evolução da história dos medicamentos e a assistência farmacêutica que era dada em Vila Viçosa”, frisa.

Segundo o historiador, “a ideia não é criar um museu na verdadeira aceção da palavra, mas tornar aquele espaço visitável, criar uma coleção visitável que pudesse mostrar a importância dos medicamentos e da história da própria farmácia”.

Revela ainda que o Museu da Farmácia em Lisboa “já se mostrou disponível para dar alguma colaboração nesse sentido”, sendo que todas essas informações estão incluídas na proposta entregue e “aquilo que se pretende agora é que a partir de janeiro de 2021 possa haver uma reunião preliminar entre todas as partes interessadas e a partir daqui tentar resolver uma estratégia que seria valiosa para Vila Viçosa, porque este é um património que corre o risco de se perder no futuro. Penso que seria prejudicial que Vila Viçosa perdesse esse espólio, esse acervo da Farmácia Monte porque faz parte da entidade local e tem uma história muito curiosa para contar”.

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