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Sábado, Abril 20, 2024

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150 cães do Cantinho dos Animais de Beja em “situação de desespero” por falta de ração (c/som)

Constituída há 20 anos, a Associação Cantinho dos Animais de Beja tornou pública, através de um comunicado lançado nas redes sociais, no passado dia 2 de setembro, a “situação de desespero” que atravessa, pela necessidade urgente de donativos. “Só há ração para 2 dias e não temos dinheiro para a comprar de imediato”, dizia o comunicado. À Campanário a presidente da Associação, Ana Monteiro, explicou que a situação foi regularizada, mas continua a agudizar-se. Ainda assim, continua a trabalhar ativamente para salvar animais, como “uma ninhada de cães que apareceu no lixo há duas semanas” ou como “ontem, que fui resgatar três gatinhos no lixo”.

“A associação tem muitas dívidas, principalmente a nível de veterinários”, algo que “vamos tentando colmatar, consoante a entrada de donativos e a entrada de sócios”, contudo, “a ração tem que ser paga na hora, tem que ser comprada e não havia dinheiro para comprar ração”, diz Ana Monteiro. Algo que motivou a primeira publicação, de Siegfried Albert Kraus, partilhada depois de outra publicação na página de Facebook da própria associação, fruto das quais “temos já tido bastante feedback, bastantes pessoas a ajudar”. Algo que bastará “pelo menos, para estes dias”. Mas o apelo é constante, porque “os cães têm de comer todos os dias”.

“Nós temos sempre cerca de 140 a 150 cães à nossa responsabilidade”, já os gatos ajudados “estão em famílias de acolhimento temporário”. Por isso, “o mais importante neste momento são os cães do canil”, pois “se não houver ajuda, estamos numa situação de desespero” que coloca a sobrevivência desses animais em risco.

Ainda assim, quem estiver disposto a contribuir com donativos, Ana Monteiro explica que “os nossos cães comem normalmente só ração seca”, pelo que “as pessoas podem doar essa ração” ou “fazer transferência bancária, para nós comprarmos essa ração”.

Além disso, no que diz respeito aos voluntários, sócios e membros ativos da associação, Ana Monteiro esclarece que “a realidade é que somos muito poucos”, e “por isso também não conseguimos às vezes fazer mais”. Até porque “há situações em que não é possível recusar ajuda” e, “portanto, não podemos fechar os olhos, por mais dívidas que tenhamos, esta é a nossa missão”, confessa Ana Monteiro.

Apesar dos protocolos com várias clínicas veterinárias, a presidente da associação explica que “esses protocolos consistem apenas em alguns descontos em produtos e procedimentos”, por isso “as dívidas vão-se acumulando”.

Nesse sentido, “o que nós pedimos sempre é que os sócios paguem as quotas, que é uma ajuda preciosa, podem apadrinhar animais, podem fazer donativos esporádicos” e “podem vir ajudar também como voluntários, porque também é muito importante”, sublinha Ana Monteiro.

No que diz respeito às ajudas e parcerias institucionais, a presidente da associação evidência que “aqui em Beja, com a Câmara [Municipal] estamos a tentar que nos ajudem em vários aspetos, mas tem sido um bocadinho complexo, mesmo em termos de burocracia”.

Por outro lado, “temos agora algumas empresas que fizeram donativos de ração, espontaneamente, quando viram o apelo e temos aqui sempre a ajuda do Intermaché de Beja”, que é “quem mais nos ajuda”. Uma vez que consegue reencaminhar da sua central várias quebras de ração, de sacas rasgadas, ou até mesmo fora de validade, para o canil. Ao que Ana Monteiro diz que “os outros supermercados, hipermercados, poderão fazer isso também”.

Para entregar os seus donativos pessoalmente, pode fazê-lo através da Casa da Cultura de Beja, nas Clínicas Veterinárias e no Hospital Veterinário ou no Clube Animal, ou ainda “se não tiverem condições para vir entregar, basta contactar-nos e nós iremos recolher a qualquer lado aqui na proximidade”.

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