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500 anos depois é desvendado enigma histórico em Alandroal

O mistério com 500 anos relativamente à identidade do cronista Fernão Lopes, poderá ter terminado, com a descoberta de uma lápide com o mesmo nome, à entrada da Igreja Matriz de Alandroal (Évora). O cronista seria alentejano, e natural de Alandroal.

A descoberta foi feita casualmente pelo investigador João Torcato, que dois anos depois, publica os fundamentos da tese que parece resolver o enigma histórico, elaborada juntamente com o historiador José d’Encarnação, especialista em epigrafia, que analisou as inscrições na referida pedra mármore.

A lápide encontra-se normalmente escondida pela porta da igreja, mas no dia da descoberta, e igreja encontrava-se fechada para limpezas, deixando a pedra tumular a descoberto.

Nas suas obras, o cronista privilegiava a zona alentejana, com capítulos dedicados a Alandroal, nomeadamente durante a crise de 1383-1385, altura em que decorriam em Portugal assuntos mais relevantes, como as batalhas dos Atoleiros, Trancoso, Aljubarrota e Valverde.

Fernão Lopes refere a vila do Alandroal, a única vila do Alentejo cujo brasão de armas é semelhante ao da Casa de Avis, a existência de um convento que funcionava como escola, o que explica como alguém de origens tão humildes chegou a Guarda-Mor da Torre do Tombo e era conhecido pelos responsáveis da Ordem de Aviz.

Considerado o fundador da historiografia portuguesa, foi responsável pelos arquivos da Torre do Tombo, e autor das crónicas sobre os reis D.João I, D.Fernando e D.Pedro, bem como de outros monarcas cujos textos desapareceram.

O local da sepultura de Fernão Lopes era até então um mistério, apontando-se para Lisboa como local de nascimento (1380-1390) e morte (1460).No século XV, as pessoas eram sepultadas na sua terra natal, reforçando a teoria de que Alandroal será natural da vila de Alandroal.

Quando aos restos mortais, o facto de a Igreja Matriz do Alandroal ter sofrido várias obras de remodelação ao longo destes séculos e de a própria pedra tumular estar partida não dá garantias de que ainda haja algo por baixo.

 

Foto: DN

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