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Quinta-feira, Março 28, 2024

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“A Tia Hilarina que vendia brinhol é uma criação minha para homenagear uma grande estremocense”, diz Zé Carlos Rodrigues (c/som e fotos)

A Produção de Figurado em Barro de Estremoz integra a Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Zé Carlos Rodrigues, artesão dos Bonecos de Estremoz, abriu as portas do seu Ateliê, no dia 31 de julho ao público. Na sua mesa de trabalho Zé Carlos, que trabalha o barro vermelho ao vivo, onde cria as suas peças com as várias ferramentas necessárias para a arte, como os pincéis, o canivete, a esponja, a água, entre outros.

A Rádio Campanário visitou o seu novo ateliê e falou com Zé Carlos que referiu que “ao fim de 30 anos de estar a trabalhar numa farmácia dar este pulo, deixar o meu trabalho para me dedicar a 100% aos Bonecos não foi fácil, mas cá estou eu nesta nova etapa.” O ex técnico de farmácia revelou que ao fim de 30 anos decidiu concretizar um dos seus sonhos.

Questionado sobre como aprendeu a arte dos Bonecos de Estremoz, Zé Carlos refere, “aprendi com a minha mestre, a dona Fátima Estróia”, acrescentando que “já pintava para ela os Bonecos, mas não os fazia, nunca tive essa oportunidade.” O artesão revela que aprendeu a fazer os Bonecos de Estremoz à sensivelmente três anos e depois “fiz um curso dos Bonecos de Estremoz, onde aperfeiçoei as minhas técnicas e apaixonei-me, a partir do primeiro já não parei.”

Mesmo durante o tempo que dedicou à carreira de Técnico de Farmácia Zé Carlos refere que “eu trabalhava no horário normal de comércio e, a seguir ao jantar, era a fazer bonecos e a deitar-me às duas/ três da manhã, uma pessoa não dá pelas horas passarem, é uma paixão.”

Questionado sobre o facto da Produção de Figurado em Barro de Estremoz integrar o Património Cultural Imaterial da Humanidade, trouxe divulgação para esta arte, o artesão refere que trouxe notoriedade a nível mundial é conhecida, há bonecos de Estremoz espalhados pelos quatro cantos do mundo.”

Questionado como comercializava as suas criações antes de ter aberto o Ateliê, Zé Carlos informa que era “através da minha página de Facebook Zé Carlos Rodrigues” acrescentando que “era através da página que recebia as minhas encomendas.”

Zé Carlos deixa o convite “ao fim de semana quem quiser visitar o atelier, estou aqui a trabalhar ao vivo, tanto a modelar como a pintar, e quem quiser ver como se faz um Boneco de Estremoz eu estarei aqui disponível para apreciarem.”

O artesão revela ainda que “já há algum tempo que aqui estou na minha loja com ela fechada, mas tive que estar com ela fechada para poder estar concentrado a fazer Bonecos, porque eu só tinha três ou quatro bonecos e não consegui abrir a loja mais cedo porque não fazia sentido abrir uma loja de Bonecos de Estremoz sem ter Bonecos.”

Questionado sobre se tinha algumas criações próprias, Zé Carlos revela que sim e destaca “a Tia Hilarina, que era uma senhora que vendia brinhol ali no mercado, tinha uma barraca e as pessoas com mais de 50 anos que sejam cá de Estremoz, lembram-se que era uma senhora espetacular”, frisando que já comeu brinhol em muitos locais ” e não há brinhol com aquele sabor.” 

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