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Achigã e Barbo nas Conservas de Peixe do Rio: Um novo mundo de sabores para descobrir

As conservas, nomeadamente em lata e de peixes de mar, além de serem um produto incontornável nas cozinhas dos portugueses, fazem também parte da cultura industrial e gastronómica do país. Menos conhecidas e ainda um território por explorar estão as conservas de peixe do rio, com destaque para a premiada empresa Bem Amanhado, com o sável a ser a próxima aposta.

Desde há mais de século e meio que os alimentos em conserva fazem parte do receituário gastronómico português, nomeadamente o peixe de mar em lata – primeiro a ser “trabalhado” desta forma. Atualmente algumas das especialidades constam da listagem de Produtos Tradicionais Portugueses, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, tutelada pelo Ministério da Agricultura.

Em Portugal, a primeira empresa de conservação de peixes foi construída em 1853, em Vila Real de Santo António, Algarve. Embora os alimentos em conserva sejam uma criação do francês Nicolas Appert, que surgiu devido à necessidade de aliemntar os militares na frente de batalha durante as Guerras Napoleónicas, o grande impulso no consumo ocorreu durante as duas Grandes Guerras, período em que Portugal expandiu a produção, inclusive para os países europeus em conflito, que assim alimentavam os soldados por serem fáceis de transportar, terem bom valor nutritivo e uma validade longa.

A continuação do crescimento do negócio deu origem ao aperfeiçoamento das técnicas de conservação, que se foram tornando cada vez mais sofisticadas. Os “enlatados” deixaram de ser meramente ração de combate e passaram a marcar presença na casa dos portugueses, e não só. As marcas portuguesas estão representadas um pouco por todo o mundo. Atualmente, cerca de 70% da produção é para exportação, o que equivale a, aproximadamente, 43 mil toneladas anuais. O atum, a cavala e a sardinha são os peixes com mais saída para o exterior, com uma variedade muito mais extensa: desde as ovas, passando pelo polvo e as lulas. Todos eles conservados ao natural. 

Recentemente, entraram no mercado as conservas de peixe de rio, um novo mundo de sabores à espera de ser descoberto e explorado. A empresa Bem Amanhado, com sede em Castelo Brancodesenvolve carpa, lúcioperca, achigã e barbo, com métodos artesanais e tradicionais da cozinha portuguesa e tendo em conta uma pesca artesanal e sustentável. O objetivo da marca, desenvolvida por Leonel Barata, que em 2019 ganhou a terceira edição do Prémio Food Fab Lab, é ”contribuir na recuperação e incremento da arte psicatória fluvial de pequenas populações ribeirinhas, assim como de uma recuperação e de registo de património cultural e gastronómico português de iguarias de peixe do rio”. 

Os petiscos são vendidos em lata: 

– Caldeta de Barbo, em azeite virgem extra biológico (€6,80)

– Carpa fumada, em azeite virgem extra biológico (€8,90) 

– Patê de peixe do rio (€3,40), ou em embalagem de vidro

– Carpa grelhada, em azeite virgem extra (€8)

– Escabeche de Lúcioperca, em azeite virgem extra (€8,40)

– Caldeta de Barbo, em azeite virgem extra (€8,90)

– Achigã assado no forno, em azeite virgem extra (€9,80)

​O próximo passo é trabalhar com peixes migratórios. Já no próximo mês será lançado o sável. 

Um dos maiores divulgadores da gastronomia associada aos peixes do rio é Rodrigo Castelo, nomeadamente, através do premiado restaurante Taberna Ó Balcão, em Santarém. 

As conservas de peixe do rio da Bem Amanhado encontram-se à venda em diversos pontos do país,  mas a partir de maio os produtos também vão estar à venda online, na página da marca.

 

Créditos de imagem: Boa Cama, Boa Mesa

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