O jornal espanhol “El Confidencial” considera que Espanha fez algo sem precedentes naquilo que respeita às enormes quantidades de água que a última barragem espanhola deixou passar para tentar cumprir a Convenção de Albufeira, em 20 dias.
Escreve o jornal espanhol que “a região mais pobre de Portugal está condenada à ruína absoluta”, e que os portugueses responsabilizam Espanha.
O Tejo, maior rio da Península Ibérica, nasce na serra de Albarracín, em Madrid. Só em Espanha, tem 58 barragens. Sedillo é a última e está encaixada praticamente toda em território português, em Portalegre e Castelo Branco, mas é gerida pela eléctrica espanhola mais poderosa.
O alcaide de Cedillo, explicou à “SIC” que “Espanha foi libertando o caudal exigido, mas quando chegou a setembro declararam estado de emergência por seca e tiveram de libertar tudo o que não tinham libertado durante o ano hidrológico”. Ou seja, em duas semanas, Espanha terá deixado passar mais de 400 hectómetros cúbicos pela barragem de Cedillo, o que baixou drasticamente o Tejo Internacional.
O Tejo vive a pior seca de que há memória, os afluentes Ponsul (Beira Baixa), e Sever (Alto Alentejo) estão sem água devido à falta de chuva e ás políticas hídricas espanholas.