A águia-imperial-ibérica, “espécie ameaçada que está atualmente criticamente em perigo em Portugal”, estende agora a sua presença no território ao concelho de Serpa.
Paulo Marques, coordenador do Projeto Life Imperial da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), em declarações à Campanário, salienta que em 2017, 9 dos 15 casais que nidificam em Portugal, se encontravam no Baixo Alentejo.
Presente apenas na Península Ibérica, estima-se a existência de um total de 500 casais desta espécie que “deixou de nidificar em Portugal por volta dos anos 80 do século passado e que regressou a Portugal apenas em 2003”.
No presente ano, “para nossa felicidade, conseguimos confirmar a sua nidificação em Serpa numa região entre dois núcleos populacionais já conhecidos”, a região de Moura/Barrancos e a região do Vale do Guadiana/Castro Verde.
O Life Imperial é um “projeto que visa a conservação da águia-imperial-ibérica” e junta à LPN sete parceiros: GNR, ICNF, EDP Distribuição, Câmara Municipal de Castro Verde, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e as espanholas SEO/Birdlife e Tragsatec, de Espanha.
Combatendo “ameaças que a espécie encontra”, as entidades visam “que o regresso da espécie ao território se faça de forma duradoura”.
Iniciado em 2014, o projeto tem data final prevista para dezembro de 2018, contudo, “estamos neste momento a negociar com a Comissão Europeia uma extensão do projeto”.
Questionado se concluído o projeto ficam as condições necessárias para a permanência da espécie no território, o coordenador aponta que “é virtualmente impossível anular todas as ameaças e riscos que se impõe à espécie”.
Ainda assim, “o nosso objetivo é caminhar o mais possível no sentido de as reduzir”.
Desta forma, são desenvolvidas não só “ações concretas de intervenção no terreno” como a colocação de ninhos artificiais e distribuição de presas, “mas também […] trabalho de sensibilização”, nomeadamente junto da comunidade escolar, para a “importância da preservação da espécie e do seu ecossistema”.