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Alentejo: Natalidade registou recorde negativo em 2012 (c/som)

Nunca o Alentejo registou tão poucos nascimentos como aqueles que se confirmaram no ano passado. Em 2012, 5 920 bebés nasceram na região, um decréscimo de 55%, quando comparamos com os 10 735 de 1981. O decréscimo na natalidade, contudo, não é novidade e estende-se ao restante território nacional. 

Para a demógrafa Filomena Mendes, do departamento de Sociologia da Universidade de Évora, o fenómeno tem origem no passado, tem-se repetido ao longo das últimas décadas e, por isso, mesmo que os números aumentassem neste ou nos próximos anos, o impacto não seria muito significativo. O declínio justifica-se com dois motivos principais: as famílias, com menos estabilidade financeira, e dando prioridade à carreira, adiam o nascimento do primeiro filho – no passado era entre os 21/25 anos, agora é aos 30/35 -, ao mesmo tempo que desejam ter menos filhos – no passado seria normal um casal ter 3, 4 ou 5 anos. Hoje ficam-se por um ou dois. Para a docente, o envelhecimento da região resulta ainda do não desenvolvimento da região, alto nível de desemprego e incapacidade de manter e atrair jovens. 

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Para Filomena Mendes, as situações têm de ser pensadas de maneira diferente, antes e depois da crise. Se é verdade que as políticas de ajuda à natalidade podem ajudar a contrair a falta de nascimentos, também é verdade que os casais, pelo menos a maioria, só dão esse passo quando consideram que as circunstancias se mantêm favoráveis por tempo suficiente. Assim, o que estará em causa, em primeiro lugar, são questões mais estruturais, como o acesso ao emprego, educação e saúde. 

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