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Aljustrel: Companhia de Teatro Lendias d’Encantar estreia peça sobre solidão, angústias e medos de famosos

A Companhia de Teatro Lendias d’Encantar, de Beja, estreia na quinta-feira, na vila de Aljustrel, a sua nova peça sobre solidão, angústias e medos de dois famosos, um português e uma argentina, foi hoje divulgado.

A estreia do espetáculo “A Lua é a Lua em Buenos Aires e Lisboa”, a primeira produção deste ano da Lendias d’Encantar, está marcada para as 21:30, no Cine Oriental, em Aljustrel, o novo espaço de criação da companhia no distrito de Beja.

A peça é da autoria da atriz e dramaturga argentina Belén Pasqualini, que partilha a encenação com o diretor artístico, ator e encenador da Lendias d’Encantar António Revez, indicou a companhia, em comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo António Revez, citado no comunicado, a peça conta a história de um “encontro inusitado” entre dois famosos, um português e uma argentina, os quais, subitamente e por acaso, se veem trancados, sozinhos, numa sauna, longe das televisões e do seu habitat natural.

Na sauna, “submersos em altas temperaturas e confissões”, entre os dois famosos acontece “um striptease emocional”, que os leva a livrarem-se das suas personagens e os obriga a vivenciarem “uma série de experiências em conjunto”, explicou o encenador.

De acordo com a companhia, a ideia da peça surgiu em 2020 quando Belén Pasqualini veio a Portugal participar no Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA), promovido pela Lendias d’Encantar, tendo passado por “diversas aventuras” para conseguir chegar a Beja, “num mundo que estava a viver os primeiros tempos da pandemia de covid-19”.

António Revez explicou que ele e Belén Pasqualini acharam que “seria interessante falar, de alguma forma, sobre as realidades” de Argentina e Portugal e encontraram um “denominador comum” entre os dois países: “a fama, a vida dos famosos”.

Então, referiu, ele e Belén Pasqualini decidiram “fazer uma peça não sobre alguém em concreto, mas sobre a vivência íntima de cada pessoa que vive nesse estrelato: a sua solidão, as suas angústias, os seus medos”.

“A sauna, como espaço ficcional, oferece uma aparente zona de intimidade, mas com este imprevisto de ficarem fechados têm que aprofundar, que partilhar, essa privacidade com um outro, ali ao lado”, contou Belén Pasqualini, citada no comunicado.

Por isso, “gosto de pensar que a peça é um striptease emocional onde vamos tirando capas de personagem, capas artificiais para chegar à nossa essência”, frisou Belén Pasqualini.

Segundo a autora, a peça “joga com a possibilidade” de uma pessoa dita “famosa” procurar “pôr sobre si diversas capas, como uma defesa”, ainda que, no fundo, “e isso é uma hipótese”, uma “opinião” sua, alimente “a grande ilusão de poder ser ela mesma e quererem-na por essa sua essência”.

“O que se passa é que frente à construção e ao êxito da construção, que faz com que o público aplauda, dá muito medo tirar-se a personagem e ficar nua ou nu, sem essa proteção”, afirmou Belén Pasqualini.

Além da estreia, a peça tem outras quatro apresentações agendadas, sendo uma em Grândola, no sábado, no Cine Granadeiro, e três em Beja, nos dias 09, 10 e 11 deste mês, no Teatro Municipal Pax Julia.

C/Lusa

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