O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considerou hoje que o Alentejo estaria numa “situação complexa” sem o Alqueva, defendendo que o projeto devia ser replicado noutras regiões para minimizar efeitos da seca.
“Com a seca que nos assola, não fosse Alqueva e este Alentejo entraria numa situação complexa” para “manter as suas pessoas e o seu território”, afirmou à agência Lusa Eduardo Oliveira e Sousa, à margem de uma conferência em Vidigueira (Beja).
Segundo o responsável, o empreendimento do Alqueva “não é uma solução fácil de replicar, mas o modelo provou funcionar, e, por isso, é um exemplo” que é preciso “levar para outras regiões para, de forma integrada” ir “minimizando os efeitos desta seca e destas alterações climáticas”.
Eduardo Oliveira e Sousa falava à margem da conferência “Portugal, Agricultura e Política Agrícola – os próximos anos”, a decorrer hoje na vila de Vidigueira, numa organização da Terras de Dentro - Associação para o Desenvolvimento Integrado.
Questionado sobre a importância do projeto, no dia em que se assinalam os 20 anos do fecho das comportas da barragem e do início do enchimento da albufeira do Alqueva, Eduardo Oliveira e Sousa disse que “a primeira palavra é a palavra de parabéns”.
“Parabéns ao Alqueva. Parabéns ao Alentejo por ter sido capaz de abraçar um projeto tão impactante quanto aquele”, que “mudou uma região”, congratulou-se.
E, continuou “demonstrou que a razão estava do lado daqueles que defendem que o armazenamento de água e a gestão da água de uma forma integrada podem promover o desenvolvimento regional, promover a economia e impedir ou combater a desertificação”.
Questionado sobre as críticas feitas ao Alqueva, nomeadamente da parte de ambientalistas, e sobre se os benefícios superam eventuais prejuízos, o presidente da CAP respondeu: “Creio que sim”.
“Não há moedas que só tenham uma face. Tudo tem um impacto negativo”, frisou, referindo: Com “o simples facto de sermos humanos e termos esta forma de viver diferente dos outros animais trouxemos problemas ao planeta”.
Após 20 anos a encher, o Alqueva, onde já foram investidos 2.427 milhões de euros, produz energia, reforça abastecimento de água a 200.000 habitantes, rega 130.000 hectares e vai expandir-se para beneficiar mais 20.000.
C/Lusa
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional
01 Fev. 2023 Regional