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Ana Costa Freitas diz que deixa Universidade de Évora após oito anos de “crescimento”

A reitora da Universidade de Évora (UÉ), Ana Costa Freitas, que deixa o cargo em maio deste ano, mostrou-se hoje satisfeita com os quase oito anos da sua liderança, considerando que foram de “crescimento” para a academia.

“Achamos sempre que há muito mais coisas para fazer, mas, de alguma forma, acho que foram anos de crescimento da universidade e estou contente com o que foi feito”, afirmou Ana Costa Freitas, em declarações à agência Lusa.

Com as eleições para a escolha do novo reitor da UÉ marcadas para o próximo dia 31 de março, a atual reitora da academia vai deixar o cargo e passar o testemunho ao vencedor da votação na cerimónia de tomada de posse, prevista para 09 de maio deste ano.

Professora do departamento de Fitotecnia da UÉ, desde 2002, Ana Costa Freitas, de 67 anos, é reitora da academia desde maio de 2014 e cumpre o seu segundo mandato, estando impedida de se recandidatar, devido à limitação de mandatos.

Nas declarações à Lusa, a reitora da UÉ afirmou que, ao longo dos dois mandatos, foi sempre “coerente” com o seu “modelo de universidade” para a “ligar mais à região”, considerando que esse objetivo foi alcançado.

Ana Costa Freitas deu como exemplos a criação do Centro Académica Clínico em parceria com politécnicos e com unidades locais de saúde, a candidatura com outras instituições ao Plano de Recuperação e Resiliência (PPR) e a ligação às câmaras.

Outra das apostas ganhas, na sua opinião, foi a definição das áreas âncora: Mediterrâneo, ambiente, alterações climáticas, biodiversidade e agricultura; património material, imaterial e humano e artes; aeroespacial e transformação digital; e saúde.

“Espero que se mantenham, porque não devemos estar sempre a andar para a frente e para trás”, vincou, considerando que “o pior” para uma universidade ou para um país é andar para “trás com tudo o que foi feito anteriormente”.

Assinalando que as universidades enfrentam “um problema de envelhecimento”, a reitora da UÉ adiantou que a academia alentejana abriu “muitos concursos de progressão na carreira e até com oportunidade para progressão interna”.

“Serei a primeira reitora que sai da universidade em que todos os departamentos têm à frente um professor catedrático”, realçou, referindo que a UÉ está perto de atingir “os 50% de catedráticos e associados”.

Já para professores auxiliares, só em 2021, foram abertos “10 ou 12 concursos” nas áreas que estavam “mais carenciadas”, devido a aposentação, como desporto, medicina veterinária, psicologia e enfermagem, entre outras, adiantou.

Segundo Ana Costa Freitas, a produção científica da UÉ, durante os anos da sua liderança na reitoria, ganhou mais destaque nos meios de comunicação social e a academia alentejana passou a ser “quase todos os dias falada”.

“Sendo uma universidade pequena, os nossos grupos de investigação são necessariamente pequenos e para estabelecermos redes que sejam fortes temos que dar a conhecer a nossa investigação”, sublinhou.

Para a reitora, revelou-se igualmente vantajosa a aposta em ter “centros de investigação ou polos de centros excelentes” e “várias cátedras” que contam com apoio de privados.

Também foi “um passo muito importante” a criação de laboratórios associados, pois a UÉ “era, talvez, das únicas universidades que não estava em nenhum” e, agora, já lidera dois e participa noutros três, disse.

Apesar de ter conseguido aumentar “muito o número de alunos nacionais e internacionais” na UÉ, Ana Costa Freitas admitiu que falhou com o objetivo de criar novas residências para estudantes e aumentar o número de camas.

“Há imensas obras que estão agora a ser feitas, mas há imensas que faltam fazer”, reconheceu ainda a reitora, acrescentando que ficou por fazer a renovação dos laboratórios de aulas e respetivos equipamentos.

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