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Autarquia do Ano: CM de Elvas premiada na subcategoria “Conservação do Património”

Foto: Câmara Municipal de Elvas

A Requalificação e adaptação do antigo Quartel Militar de Elvas, que o transformou no Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas António Tomás Pires, valeu à Câmara Municipal de Elvas a distinção com o Prémio Autarquia do Ano, na subcategoria de “Conservação do Património”.

Questionado sobre a importância e repercussão desta distinção, o Comendador José António Rondão Almeida, presidente da Câmara de Elvas, explica um pouco melhor os contornos deste projeto, a sua aplicação e o impacto que tiveram no município. O Presidente da Autarquia começou por apontar a razão primordial que levou à seleção da “Requalificação e Adaptação do Quartel do Assento – PM010/Elvas a Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas António Tomás Pires” para candidatura à 3ª Edição dos Prémios Autarquia do Ano, na Categoria Cultura e Património e na Subcategoria Conservação do Património, razão que, segundo José António Almeida, se prendeu com o forte impacto social, cultural e identitário que a reabertura deste museu representou no seio da comunidade deste território, pelo facto de ocupar um edifício militar ainda repleto de memória histórica para muitos elvenses, civis e militares, e que se encontrava em elevado estado de degradação.

Interrogado sobre o impacto deste projeto, a níveis práticos, no município e na comunidade, José Rondão Almeida indicou que a requalificação deste edifício na antiga Sucursal da Manutenção Militar de Elvas representou um importante investimento do município na conservação do seu património histórico, permitindo a sua valorização, transmissão e usufruto públicos.

Em relação aos pontos fortes fundamentais do projeto em questão, submetido ao Prémio Autarquia do Ano, o Presidente da Câmara de Elvas enfatizou a reabilitação de um imponente edifício militar visivelmente degradado, aliado à instalação de um novo museu de cariz singular na sub-região do Alto Alentejo, num importante edifício militar, não só da história da cidade e do concelho, mas também de toda a região, pelo que a sua simples reabilitação já se afirmaria, segundo o autarca, como uma intervenção de relevo para o incremento do fluxo turístico em Elvas, acrescido ainda do imenso benefício de um museu desta natureza que permite dar a conhecer as tradições, a herança e o legado de todo um passado através de um riquíssimo património cultural material e imaterial, de cariz arqueológico e etnográfico relativo ao atual concelho de Elvas.

Em relação à implementação deste Projeto, o Autarca refere ainda que, em 1994, o edifício da antiga Manutenção Militar entrou para o rol de prédios militares que ficaram desafetados do domínio público, tendo sido autorizada a sua alienação através do Decreto-Lei n.º 151/94, de 26 de maio, pelo Ministério da Defesa Nacional. A Manutenção Militar cessou funções em 1997 e em 2014 e deu-se então a cedência, por parte do Ministério da Defesa, e a aceitação, por parte da Câmara Municipal de Elvas, de trinta prédios militares, destacando-se este edifício na paisagem urbana do centro histórico de Elvas pelo seu elevado estado de degradação. Todos estes fatores impulsionaram o arranque do projeto de requalificação, sendo que, em 2017, foi lançado o concurso para a reabilitação do edifício, de forma a que este albergasse o Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas, António Tomás Pires, que o financiamento por parte do Alentejo 2020 tornou finalmente possível.

O Museu de Arqueologia e Etnografia de Elvas, António Tomás Pires abriu ao público no dia 1 de junho de 2021 e conta com uma exposição permanente, designada de “O Território: do passado ao presente, das pessoas aos objetos”, cruzando a coleção de arqueologia com a coleção de etnografia proveniente do extinto Grémio da Lavoura de Elvas.

A partir de uma (re)leitura dos objetos museológicos, com base numa abordagem biográfica, privilegiou-se a diversidade de intervenientes envolvidos na formação das coleções e a contextualização dos usos e funções dos objetos. Pretendeu-se, igualmente, evidenciar o papel fundamental das personagens locais e a sua rede alargada de contactos e de conhecimentos, com o intuito de construir o conhecimento sobre o passado do seu território. A componente digital e interativa da exposição foi concebida numa lógica de complementaridade e interpretação dos conteúdos e de aproximação aos objetos. O percurso expositivo divide-se por dois pisos.

No piso inferior, as salas apresentam como temáticas “Duas Instituições, Duas Coleções, Muitas Pessoas”, “Pão, Vinho, Azeite” e “Memória do Edifício”. No piso superior, encontram-se as salas “Contanário”, “O Território: do passado ao presente, das pessoas aos objetos”, “Ritos Funerários”, “Entre a Tradução, o Sagrado e o Profano”. O museu dispõe ainda de uma sala polivalente, uma sala de serviço educativo e de um pátio exterior com uma exposição de heráldica.

Fonte: Eco

 

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