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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Barragem de Santa Clara abastece a rega do sudoeste alentejano e está a meio

 

A falta de água na barragem de Santa Clara, referida referida constantemente nas conversas com os mais diferentes protagonistas na região do sudoeste alentejano, revela estar com uma capacidade que, a médio prazo, pode revelar-se um problema.

A barragem de Santa Clara foi construída no rio Mira (nasce na Serra do Caldeirão e desagua em Vila Nova de Milfontes) na década de 1960 para, com os canais feitos depois, irrigar o chamado Perímetro de Rega do Mira, uma zona de agricultura intensiva, incluindo em estufa, que é também uma parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV).

De acordo com os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (Agência Portuguesa do Ambiente), conforme notícia avançada pela Agência Lusa, no final de abril a barragem de Santa Clara estava a 50%, quando o valor devia estar nos quase 80% .

Em termos concretos, na bacia do Mira, no final de abril, a albufeira de Corte Brique estava a 63,1% e a de Santa Clara a 50,5%. 

Nuno Carvalho, engenheiro do Ambiente, admite à Agência Lusa,  que o tipo de agricultura que se pratica tem um consumo controlado, mas também acrescenta que a área a irrigar é enorme, diz que a barragem está “abaixo do nível morto” e que o perímetro de rega (a funcionar desde os anos 1970 e que funciona por gravidade) está ultrapassado, que tem centenas de canais a céu aberto, com grande evaporação, e que a água não consumida vai parar ao mar.

Por sua vez, Luís Mesquita Dias, presidente da Associação dos Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), em declarações à Lusa diz que a agricultura que se faz no sudoeste alentejano é sustentável, que a água é uma preocupação no território, e que a AHSA, com a Associação de Beneficiários do Mira, vai desenvolver estudos para regar mais com menos água, ou captar mais água referindo “A barragem de Santa Clara tem uma capacidade de 480 milhões de metros cúbicos e nesta altura ainda tem 240 milhões”, diz, acrescentando que é preciso “atuar nas explorações agrícolas, adaptar o sistema de rega para formas mais precisas, reparar perdas e considerar a hipótese de ir buscar o terço da água que vai parar ao mar”.

In Agência Lusa

 

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