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Campanha de reflorestação com árvores mais resistentes ao fogo “para evitar floresta desordenada”

Foto: SAPO 24

A reflorestação da área ardida em Murça com árvores autóctones mais resistentes ao fogo é o objetivo de uma iniciativa lançada pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do concelho e a associação ambientalista Quercus, foi hoje anunciado.

Entre os dias 17 e 21 de julho um incêndio que começou em Murça, no distrito de Vila Real, atingiu uma área de cerca de 8.900 hectares. Com início em Cortinhas as chamas avançaram para os concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços.

A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, que comercializa o azeite Porca de Murça, disse, em comunicado, não poder ficar “indiferente ao drama do devastador incêndio que transformou milhares de hectares no concelho numa paisagem desértica e calcinada”.

O presidente da direção da cooperativa que tem cerca de mil associados, Francisco Vilela, afirmou que a instituição se quer associar “ao desígnio social da reflorestação do concelho”.

Nesse sentido, acrescentou, foi estabelecida uma iniciativa ambiental com a Associação Nacional de Conservação da Natureza – Quercus – através da qual “cada garrafão de azeite é convertido numa das árvores de espécies autóctones que serão plantadas nas áreas ardidas” nos próximos outono e primavera.

A campanha tem como mote “Um garrafão, uma Árvore! Vamos Plantar Esperança!”.

“No incêndio de Murça é bem visível o efeito tampão criado pelos mosaicos agrícolas na propagação do fogo. Na urgente reflorestação, precisamos de reproduzir este princípio, utilizando espécies florestais mais resistentes aos incêndios, por forma a evitar uma floresta desordenada e contínua”, salientou Francisco Vilela.

Com esta ação, explicou, pretende-se “proceder não apenas à simples aquisição das árvores, mas também realizar o trabalho de preparação do terreno e a respetiva plantação e, por outro lado, sensibilizar os agricultores para a necessidade de criar um cordão à volta das suas parcelas agrícolas com espécies autóctones mais resistentes aos incêndios”.

O relatório da estimativa dos prejuízos revela que, em Murça, o incêndio afetou mais de 30% da área territorial total do concelho, tendo atingido as freguesias de Fiolhoso, Jou, Murça, Valongo de Milhais, União das freguesias de Carva e Vilares e União das freguesias de Noura e Palheiros.

Já em Valpaços, afetou essencialmente a freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros, tendo, em menor dimensão, afetado também as freguesias de Santa Maria de Émeres, Vales e, residualmente, a freguesia de Canaveses.

Relativamente a Vila Pouca de Aguiar, o incêndio atingiu as freguesias de Tresminas e Alfarela de Jales.

A área atingida é, maioritariamente, de mato e pinhal, mas afetou ainda uma área agrícola “muito significativa”, sobretudo de castanheiros, mas também há prejuízos em parcelas de olival, amendoal e vinha.

O fogo destruiu também áreas de pastagens e afetou, no conjunto dos três concelhos, 709 explorações agrícolas; quanto à atividade apícola, foram reportados prejuízos potenciais de aproximadamente 1.400 colmeias.

No terreno estão já a ser distribuídos fardos de feno para alimentação dos animais dos produtores afetados, resultantes de donativos de agricultores do Sul do país.

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