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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Carlos Moedas acusa PS de “ativismo constante de destruição” em Lisboa

Foto: Notícias ao Minuto

O presidente da Câmara de Lisboa acusou hoje o PS de “ativismo constante de destruição” na autarquia e avisou que estará contra o que chamou de “medidas folclore” de poupança de energia, como desligar as luzes das montras à noite.

Num jantar-conferência na 18.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide (Portalegre), Carlos Moedas procurou marcar diferenças entre a governação do PS – que classificou de ‘show off’ – e a do PSD, que caracterizou como “o partido do trabalho”.

Começando por elogiar o novo presidente social-democrata, Luís Montenegro – “temos muita sorte, temos uma nova esperança” -, o autarca da capital desafiou os jovens da plateia a ajudar o PSD “a reencontrar o seu propósito”, considerando que “a política perdeu o seu propósito” nos últimos anos.

Mas alguns encontraram esse propósito pelas más razões: temos a extrema-esquerda e a extrema-direita que encontraram como propósito destruir o sistema e temos um Governo cujo único propósito é o poder pelo poder e esse é um propósito que a vossa geração não suporta”, afirmou.

Passando para a Câmara de Lisboa, Moedas acusou o PS de apenas se dedicar “a casos e casinhos” e de tentar encontrar “maneiras para destruir” a sua liderança: “Um ativismo constante de destruição”, acusou.

O autarca e ex-governante no executivo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho elegeu como principais bandeiras a nível nacional e local a redução de impostos, a proteção dos mais desfavorecidos e a luta contra as alterações climáticas, traçando neste último ponto diferenças para o com o PS.

O PSD oferece às pessoas soluções concretas, o PS oferece folclore e medidas para agradar a ativistas do BE, é essa a política climática do PS”, criticou, apontando como exemplo a proposta da oposição de fechar a Avenida da Liberdade ao trânsito aos domingos e feriadas sem pensar “na economia ou nos comerciantes”.

Em contraponto, recordou que já está em vigor a promessa do seu executivo de transportes gratuitos para os mais novos e os mais velhos, dizendo que esta é uma “mudança estrutural”.

O presidente da Câmara de Lisboa acrescentou estar “muito curioso” pelas medidas que o Governo vai anunciar na segunda-feira, também na área da poupança e da eficiência energética.

Imagino que o Governo vai seguramente anunciar que as lojas devem apagar as luzes das montras à noite. Isso é mais uma medida que, a meu ver, é apenas uma medida popular, mas que não é estrutural”, criticou, dizendo que, em alternativa, a Câmara está a mudar as lâmpadas da iluminação pública para poupar 80% na fatura.

Moedas ironizou que, qualquer dia, o Governo socialista fará uma sugestão semelhante à d’Os Verdes alemães, que propôs uma diminuição dos banhos.

O vosso futuro não muda se se apagarem as luzes até ao Natal, não muda se eu deixar de tomar banho todos os dias”, afirmou, dizendo que o objetivo da autarquia, em alternativa, é “deixar de lavar as ruas e regar com água potável”.

Na fase das perguntas, Moedas foi questionado que medidas tomaria na área da descentralização se fosse primeiro-ministro.

Sem se referir nunca ao seu futuro político, o autarca disse concordar com a posição do presidente do PSD: “Nós ainda estamos muito longe de ter uma descentralização, está tudo no papel”.

Uma meia descentralização só causa problemas”, disse, acusando o Governo de usar este método para se poder responsabilizar.

Moedas apelou aos alunos da Universidade de Verão que não deixem de ser sonhadores realistas – “que sintam a borboleta que nos dá essa alegria muito única” – e que nunca percam a ambição, dizendo que esse tem sido um dos problemas do país no período do pós 25 de Abril.

Quem foi a primeira pessoa que trouxe ambição a Portugal? Foi Cavaco Silva”, apontou, sem referir o nome habitualmente sempre presente nos discursos sociais-democratas do fundador do partido Francisco Sá Carneiro.

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