A empresa Casa Relvas, produtora de vinho no Alandroal, está neste momento a trabalhar para conseguir o novo selo de certificação de Produção Sustentável do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, para os seus vinhos.
“Orgulhamo-nos de ser uma empresa pioneira no Programa de Sustentabilidade de Vinhos do Alentejo e com melhor classificação (3,8 de 4). Mas acreditamos na importância de uma atuação sustentável em todas as dimensões: social, ambiental e económica”, garante a empresa em declarações à Eco.
Este projeto familiar foi iniciado em 1997 em São Miguel de Machede, em Redondo, por Alexandre Relvas. Na Herdade de São Miguel plantaram-se em 2001 os primeiros 10 hectares de vinha. Em 2010 chegaram a um milhão de garrafas vendidas.
Neste momento, a empresa tem três herdades, 70 trabalhadores, sendo gerida já duas gerações (pai e filhos) .
A empresa Casa Relvas marca presença no mercado com vinhos de 12 marcas diferentes.
Possuí 750 hectares de floresta de montado, 250 hectares de olival (tradicional e intensivo, em copa e em sebe) e 350 hectares de vinha, 95% em produção integrada e 5% em produção biológica.
Atualmente produzem anualmente 6 milhões de garrafas de vinho, sendo que 70% são exportadas para mais de 30 países.
Os campos e as adegas da Casa Relvas sofreram algumas mudanças desde que a empresa se associou ao PSVA.
“Nos solos estamos a semear prados permanentes, de acordo com o tipo de solo que temos nas várias vinhas que possuímos. Os prados permanentes, para além de reterem o carbono, minimizam as fertilizações com azoto porque nestes prados temos leguminosas que já fazem a sua contribuição com azoto. Minimizamos a erosão, aumentamos a taxa de infiltração e tentamos aumentar o teor de matéria orgânica no solo, criando condições favoráveis para uma maior retenção de água”, refere Nuno Franco, consultor de viticultura e enologia na Casa Relvas.
No que toca à questão da gestão hídrica por parte da empresa, Nuno Franco refere que nos últimos anos obteve-se uma “ redução de 30% da água gasta por garrafa produzida e 100% da água usada na adega é reciclada para irrigação das vinhas.”
O consultor de viticultura e enologia na Casa Relvas refere que são utilizadas ovelhas para reduzir a poluição” através da pastagemno inverno, reduzindo o uso de herbicidas e de adubos químicos, com 50% da fertilização é feita de composto animal e de resíduos orgânicos da adega.”
Existem outros aspetos que a Casa Relvas alterou para tornar o produto final mais sustentável.
“Tentamos produzir garrafas com menos vidro para as tornar mais leves e poupar nos recursos. Além disso, a maioria das nossas embalagens secundárias são de cartão feito a partir de papel reciclado. Também já fazemos enchimentos em garrafas PET, mas, para já, estas só têm saída para a Escandinávia. Neste caso, como a garrafa é toda feita com o mesmo material, facilita a sua reciclagem”, explica Nuno Franco à ECO.
O objetivo desta associação da Casa Relvas ao PSVA, é “deixar o ecossistema melhor, queremos deixar uma terra melhor do que aquela que encontramos aos nossos filhos e continuar a fazer vinhos nestas condições climáticas que são únicas”, esclarece por fim Nuno Franco.
In Eco
Fotos: Facebook da Casa Relvas