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Central fotovoltaica de Évora entrou em funcionamento num investimento privado de 20 milhões de euros

A central fotovoltaica de Vale de Moura, no concelho de Évora, uma das primeiras em toda a Península Ibérica a ser explorada sem qualquer tipo de subsídios públicos, entrou em funcionamento esta sexta-feira, 14 de junho.

Com uma área de 55 hectares e uma capacidade total instalada de 28,8 megawatts (MW), a nova central já está a funcionar em pleno, para produzir mais de 52 gigawatts-hora de energia limpa por ano – o equivalente ao consumo médio anual de quase 10.000 habitações.

Este projeto, cujo investimento rondou os 20 milhões de euros, surge no seguimento de um contrato pioneiro de compra de energia (PPA – Power Purchase Agreement) a 10 anos, celebrado com o grupo energético suíço Axpo, que garante a comercialização de energia até 2029.

Ignacio Soneira, Diretor Geral da Axpo na Península Ibérica, disse a propósito que “a entrada em funcionamento da central de Évora assinala uma nova etapa no panorama energético nacional, ao abrir caminho para a realização de mais PPAs a longo prazo e contribuindo para o desenvolvimento das energias renováveis e transição energética em Portugal.”

Este projeto foi desenvolvido e promovido pelo Grupo Hyperion Renewables, que se mantém como acionista minoritário, em sociedade com o atual o acionista maioritário, o fundo de investimento francês Mirova, especializado em projetos de energias renováveis. O projeto contou com o financiamento do Banco BPI, S.A. (recentemente integrado no Grupo Caixabank).

A Axpo atuará como agente vendedor da central fotovoltaica no mercado ibérico de eletricidade (MIBEL), proporcionando uma garantia do preço da eletricidade nos próximos 10 anos. Esta garantia possibilitou financiamento privado do projeto “uma vez que garante uma estabilidade das receitas ao produtor, ao mesmo tempo que nos permite oferecer preços mais competitivos aos consumidores” acrescenta Soneira.

Pedro Bastos Rezende, Presidente da Hyperion Renewables, destacou por seu lado que “este projeto inovador veio revolucionar a forma como os projetos fotovoltaicos, e outros, estão a ser implementados em Portugal. O arranque da nova central demonstra que se podem construir centrais em Portugal sem tarifas subsidiadas e que os PPA a longo prazo são viáveis no contexto económico nacional, permitindo o financiamento bancário destes projetos em project finance.”

A central fotovoltaica de Vale de Moura permitirá evitar a emissão 110.756 toneladas de CO2 por ano, ajudando a cumprir as metas de descarbonização estabelecidas pela União Europeia, onde se pretende que Portugal aumente a quota de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final para 31%, até 2020. Além disso, a construção desta central contribui para a independência energética portuguesa, garantindo a segurança de abastecimento e sustentabilidade económica e ambiental.

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