A Câmara Municipal de Estremoz, em reunião do executivo municipal, realizada a 8 de março de 2023, deliberou, por unanimidade, dar início à abertura do procedimento de classificação do Imóvel sito no Largo do Outeiro n.º 24 e 25, em Estremoz – Fachada com Esgrafito, como Monumento de Interesse Municipal (MIM).
Este processo será enviado para a Direção Regional de Cultura do Alentejo, para efeitos de parecer, publicado em Diário de República e, posteriormente, será iniciado um processo de consulta pública, com audiência dos interessados. Após publicação do aviso em Diário de República, o imóvel é considerado em vias de classificação e, apenas depois de decorrido todo este processo, se pode considerar a classificação como MIM.
O imóvel a classificar apresenta elementos arquitetónicos decorativos cujo código estético é característico do século XVIII, sendo o elemento de destaque o esgrafito que se encontra na fachada do imóvel, datado possivelmente de 1668.
O termo esgrafito aplica-se à técnica decorativa mural que recorre à incisão com um estilete metálico, lâmina ou outra ponta afiada para fazer as linhas de um ornato, removendo, posteriormente, a camada superficial da argamassa enquanto esta ainda está macia, de forma a mostrar a coloração da argamassa subjacente.
A descoberta do Esgrafito na fachada do imóvel, ocorreu no mês de outubro de 2022, durante os trabalhos de limpeza da fachada, efetuados pelos proprietários do imóvel, que acabaram por relevar a existência daquilo que aparenta ser um elemento decorativo anterior à existência da janela do 1º andar esquerdo, e que terá sido sacrificado para a execução da mesma.
Estamos perante um exemplar de grande interesse patrimonial, com uma grande qualidade no traço e corte, datado, não esquecendo até algum carácter de unicidade a nível nacional e também no contexto urbano de Estremoz, visto que existe apenas mais um exemplar, num friso de um imóvel no Largo D. Dinis n.º 5, em Estremoz.
Com esta classificação, a Câmara Municipal de Estremoz, pretende sensibilizar o público em geral para o valor e para a situação de risco deste património, aparentemente desconhecido e/ou desvalorizado, enfatizando a necessidade de salvaguardar a sua autenticidade material. É necessário conhecer para conservar e no estudo deste tipo de património, o dar a conhecer os esgrafitos é contribuir para a sua salvaguarda.
