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Covid-19: Centros de Dia são «pedra fundamental» na vida dos idosos, destaca presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora

O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora (UDIPSS-Évora) disse que “não está claro” se os Centros de Dia vão reabrir todos no dia 5 de abril e revelou preocupação com a saúde dos idosos isolados.

“É muito preocupante sobretudo quando falamos de idosos que estão sozinhos, sem qualquer suporte familiar ou muito reduzido. Estes idosos foram inscritos nas respostas de centro de dia por alguma razão e é pedra fundamental da sua vida, da promoção do seu envelhecimento ativo”, disse Tiago Abalroado à Agência ECCLESIA.

O presidente da UDIPSS-Évora explica que um conjunto “muito largo de idosos, na sua maioria”, tinha diversas fragilidades físicas, de “saúde mental”.

O último ano, “sem a possibilidade de estimulação cognitiva, de estimulação física, de socialização”, levou a que certamente tenham regredido.

Segundo Tiago Abalroado, as instituições têm agora o “grande desafio” de procurar recuperar “o tempo perdido” e, certamente, o grau de dependência dos utentes aumentou, por isso, “o grau de exigência das instituições também vai aumentar”.

O representante da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) no Alentejo adianta que esta situação também “abre a porta” a questões relacionadas com o financiamento dos Centros de Dia pelo Estado que, face a este agudizar de situações dos utentes, “ainda vai ser mais insuficiente”.

“Um utente custa ao Estado 120 euros por mês, é um valor muito reduzido tendo em conta a realidade passada, muito mais reduzido será face ao serviço que terá de ser prestado a estas pessoas para a sua estimulação, a sua reabilitação, para a reintegração e trabalhar questões de saúde mental”, desenvolveu.

De acordo com o plano de desconfinamento do Governo, os centros de dia vão reabrir no dia 5 de abril, mas Tiago Abalroado observa que, neste momento, é necessário determinar se a reabertura “irá ocorrer na sua totalidade ou só naqueles que foram autorizados na fase prévia”, no confinamento anterior.

O responsável recorda que em 2020 reabriram centros de dia que funcionam só com essa valência e “um grupo teve autorização de abrir funcionando acoplado a lar de idosos ou outras respostas sociais”.

“Assumindo que é a abertura de todos os centros de dia será um marco muito importante na vida das IPSS e sobretudo na vida dos idosos. Se a abertura for daqueles que já tinham licença, obviamente é importante mas ainda continuarão idosos em casa”, observou.

Para o presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora é “necessário compreender” se vão ser colocados mais alguns requisitos ou restrições no âmbito do funcionamento dos centros de dia porque é uma respostas que as instituições têm desenvolvido “ao longo dos tempos, de acordo com os meios onde estão inseridas”.

Esta semana, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, destacou que o número de casos de Covid-19 e de mortes associadas à doença nos lares caiu e a semana de 8 a 15 de março registou “menos óbitos nos lares desde que a pandemia começou”.

O presidente da UDIPSS-Évora adiantou que, neste momento, consideram-se “extintos os vários surtos que existiam em lares de idosos na região” e que as instituições garantem “todas as normas de segurança, todos os cuidados”.

“Os surtos nos lares é demasiadamente preocupante porque são pessoas na sua maioria com doenças associadas, com dependência, e ficando infetados há alta probabilidade de não resistiram”, concluiu Tiago Abalroado.

In agencia.ecclesia.pt

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