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COVID-19: Comerciantes de Évora temem o fecho dos seus negócios

Devido ao contexto que se vive atualmente a Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE) teme o encerramento de metade dos negócios, enquanto o Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE) acredita que a maioria dos empresários vai conseguir sobreviver.

Em declarações à Lusa, Mariana Candeias, secretária-geral da ACDE teme “que uma boa percentagem, senão mais de 50% das microempresas, possa fechar portas. Estamos a falar de comércios e pequenos serviços”.

A responsável relatou que a maior parte dos cerca de 900 associados, na sua maioria de Évora, “está encerrada”, existindo apenas “alguns restaurantes que trabalham com serviços de take away e as mercearias que estão a funcionar de forma regular”.

Explica que muitas empresas já recorreram ao lay-off, mas que nem todos o conseguem, como os empresários que foram apoiados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional para criação de postos de trabalho.

O regime do lay-off “é um apoio para os funcionários e os gerentes não entram”, mas “a maioria das microempresas são gerentes e, se calhar, um ou dois funcionários”, o que “cria dificuldades para manter as empresas a funcionar”.

Para a secretária-geral da associação comercial, os empréstimos bancários “não são uma sugestão viável para as micro e pequenas empresas” conseguirem sobreviver, pois “não há previsões sobre o futuro”.

“Évora tem rendas altíssimas e o que sugerem é que se peçam empréstimos para conseguir pagar as rendas, mas pedir empréstimo é arranjar encargos para o futuro quando não se sabe o que vai acontecer”, sublinhou.

Também em declarações à Lusa, Rui Espada, presidente do NERE, mostrou-se “muito preocupado” com as consequências que a COVID-19 trará para a economia, mas disse estar “otimista dentro de um cenário dramático”.

“Não sou muito pessimista. Penso que, com calma e ponderação, não devemos ter mais do que 5% das empresas a cair”, admitiu. “Os pequenos negócios, que têm duas ou três pessoas, conseguem mais facilmente ultrapassar os problemas do que aqueles que têm oito ou mais trabalhadores, porque os encargos são elevados e a tesouraria vai esgotar-se”, argumentou.

De acordo com o responsável, na região, algumas das empresas de maior dimensão tiveram que parar obrigatoriamente e reduziram o pessoal, outras criaram grupos de trabalhadores a fazerem 12 horas por dia e aproveitam para aumentar o ‘stock’ e existem ainda outras que recorreram ao ‘lay-off’.

Rui Espada manifestou-se “um pouco cético” em relação aos apoios financeiros que estão ao dispor dos empresários, lembrando que “na crise de 2008 muitas empresas não cumpriram o reembolso à banca”.

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