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Sábado, Abril 20, 2024

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Detido advogado por trafico de pessoas e associação criminosa em Beja

Foi detido um advogado de Beja, por supostamente estar ligado à exploração em condições desumanas de mais de 100 imigrantes, escravizados no Alentejo, na zona Oeste e no Ribatejo, em campos agrícolas.

Segundo a acusação, o jurista, enquanto braço-direito do chefe da máfia de Leste que trazia com promessas de emprego os compatriotas para Portugal, tinha a missão de dar cobertura legal, fictícia, àquilo que sabia ser trabalho escravo.

Foi agora preso, pela PJ, por associação criminosa e tráfico de pessoas.

Recorde-se que há um ano que uma investigação da Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ começou a dar frutos, com a primeira de duas operações, em que foram detidos, e ficaram presos preventivamente, mais de 20 suspeitos de tráfico de pessoas.

Agora, depois de a ação da Judiciária ter libertado das malhas da rede as mais de 100 pessoas forçadas a trabalhar de sol a sol, a dormirem sem condições, subnutridas e vítimas de agressões, sem verem um tostão dos supostos ordenados que seriam pagos pelas empresas contratantes, chegou a vez do advogado que é coautor de associação criminosa e de tráfico de pessoas, ao simular a legalização de imigrantes e tratar da relação contratual com empresas, sabendo que na prática aquelas pessoas iam ser escravizadas, nomeadamente na apanha de azeitonas no Alentejo, por uma máfia de Leste que era, de resto, com quem o advogado se relacionava.

Presente ao juiz, no Tribunal de Sintra, o advogado ficou sexta-feira em prisão preventiva, depois de, noutras ocasiões já ter defendido arguidos, pelos mesmos crimes pelos quais agora foi preso.

Após ter sido detido em casa, em Beja, foi alvo de uma busca ao escritório, onde foram apreendidos documentos na presença de um juiz e de um representante da Ordem dos Advogados.

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