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Quarta-feira, Abril 24, 2024

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EDP ganha maior lote e prepara-se para instalar mega-central flutuante no Alqueva

A EDP ganhou, em leilão, o maior lote para a instalação de centrais solares flutuantes no Alqueva, assegurando o direito a instalar uma central de 70 megawatts (MW) de capacidade fotovoltaica na albufeira, com um sobreequipamento de 14 MW.

Trata-se de um lote que permitirá aos vencedores ligar à rede as novas centrais solares assim que elas estejam construídas, uma vez que há disponibilidade imediata da rede elétrica, ao contrário do que sucede em cinco dos sete lotes a concurso, com disponibilidade da rede apenas em dezembro de 2023.

Recorde-se que Portugal leiloou cerca de 2 gigawatts de energia solar em terra nos leilões de 2019 e 2020, principalmente no Alentejo.

Portugal tem a meta de atingir os nove gigawatts de nova energia solar até 2030. O país conta atualmente com 1.250 megawatts de potência.

A EDP está a instalar um parque solar flutuante no Alqueva, com uma potência instalada de quatro megawatts. Os 12 mil painéis ocupam uma área de quatro hectares. A produção anual atinge os sete gigawattts hora, suficiente para abastecer 25% das famílias da região por ano.

No entanto, Sá da Costa alerta que este tipo de painéis requer vários cuidados que vão implicar uma manutenção diferente face aos existentes em terra. Por exemplo, no caso dos dejetos dos pássaros que podem “danificar o painel, obrigando à sua substituição”, se não houver uma limpeza regular.

E dá o exemplo do projeto Pelamis, infraestrutura piloto instalada ao largo da Póvoa de Varzim em 2008 para produzir eletricidade a partir da energia das ondas. “O Pelamis era vermelho e ao fim de seis/sete meses estava branco, por causa das gaivotas que poisavam ali durante horas. Ficavam ali porque tinham um poiso acima das águas, onde tinham uma perspetiva sobre os peixes, muito melhor para caçar do que se estivessem a flutuar. São problemas que só nos apercebemos quando estamos no terreno”.

Outro exemplo dos desafios de montar infraestruturas em ambiente aquático aconteceu também neste projeto, como recorda.  “Pusemos uma boia de apoio ao Pelamis que pesava cinco toneladas. Foi lá um navio por a boia e ficou lá durante um ano e meio. Ao fim deste tempo, fomos lá tirá-la. O navio foi tirar a boia, mas não conseguiu. O pau de carga só aguentava sete toneladas e meia; teve que lá ir outro. Quando tirámos a boia dentro de água pesava 12 toneladas e meia; tinha sete toneladas e meia de mexilhão agarrado, mexilhões com 15 centímetros de comprido. Nunca pensámos que o peso fosse tao grande”.

C/Expresso

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