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Quarta-feira, Abril 24, 2024

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Entrevista RC: “A Barragem do Pisão não vai resolver o abastecimento de água às populações”, diz José Janela da Quercus (c/ som)

Foto: José Janela

Um dia após ter terminado o processo de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental da Barragem do Pisão, a Quercus veio demonstrar ser contra a construção desta infraestrutura. Aos microfones da Rádio Campanário, José Janela, presidente do Núcleo Regional de Portalegre, fundamentou a posição da associação ambientalista.

José Janela começou por referir que são vários os aspetos que levam a Quercus a estar contra esta construção, no entanto, a “alteração do uso dos solos atuais para outros mais artificiais, a destruição dos habitats e as 40.000 azinheiras que poderão ter de ser abatidas para dar lugar à albufeira do Pisão” são as que mais preocupam o dirigente ambientalista. O próprio Estudo de Impacto Ambiental, segundo José Janela, prevê impactes negativos nas fases de construção e exploração.

A ser construída, José Janela refere que a albufeira do Pisão vai trazer consigo culturas intensivas e superintensivas, “o que vai descaracterizar ainda mais o alentejo“. Estas culturas têm, segundo o representante da Quercus no distrito de Portalegre, vindo a substituir-se à agricultura tradicional, o que carrega consigo problemas relacionados com o consumo de água e a poluição dos solos.

A Quercus alega, também, que a construção do Pisão não irá resolver o problema de abastecimento de água das populações e acrescenta que existem, na região, barragens cuja capacidade não está a ser totalmente aproveitada no que ao abastecimento de água diz respeito.

“A Barragem de Póvoa e Meadas é uma barragem que só está a ser aproveitada a 50% da sua capacidade.”

José Janela informou, ainda, que neste projeto está prevista a construção de blocos de rega nas zonas de Fronteira e de Alter do Chão, esta última localidade têm uma área importante para a preservação de aves que os ambientalistas temem poder estar ameaçda. Também na senda de preocupações está a instalação de painéis solares, em terra e flutuantes, uma vez que os solos passam a estar ligados à indústria de eletricidade.

O Núcleo Regional de Portalegre da Quercus considera, agora, “impreterível a necessidade de reavaliar o cumprimento dos objetivos ambientais dispostos no MRR, considerando as conclusões do EIA agora apresentado.

A consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental da Barragem do Pisão recebeu 166 participações.

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