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Évora: “Não faz sentido que o Jardim de Infância esteja rodeado por um acampamento cigano”, diz Elsa Teigão (c/som)

O licenciamento de um acampamento de uma comunidade de etnia cigana, junto ao Jardim de Infância do Penedo de Ouro, em Évora, está a gerar um clima de medo e insegurança junto de toda a comunidade escolar. Algo relatado por pais e encarregados de educação, esta quarta-feira, dia 16 de janeiro, durante a cessão aberta da Reunião de Câmara do Executivo eborense, após o incidente ocorrido no passado dia 11 de janeiro, em que quatro indivíduos terão invadido o infantário. Elsa Teigão, vereadora socialista, denunciou esta situação nas redes sociais e explicou em exclusivo à Campanário as preocupações e as soluções possíveis para esta situação.

Este incidente “foi-me relatado pelos encarregados de educação através de um e-mail” que “também foi para todo o executivo camarário”, que denuncia “uma invasão de uma senhora cigana que tentava fugir a quatro indivíduos também de etnia cigana que a perseguiam, e portanto entrou no Jardim de Infância” e “barricou-se lá dentro e criou algum pânico dentro da própria estrutura do Jardim de Infância, junto de auxiliares e educadoras e das próprias crianças que se sentiram em perigo”, diz Elsa Teigão

No decorrer desta situação alarmante, foram chamadas as autoridades, “que intervieram e o episódio terminou dessa forma”. Contudo, relata a vereadora socialista, “não é a primeira vez que a segurança do Jardim de Infância é colocada em causa, tendo ao longo do ano de 2018 sido relatado por várias vezes, por pais e encarregados de educação, alguns episódios que têm acontecido junto aquele estabelecimento de ensino”.

“Os pais têm reiteradamente informado que há falta de condições de saúde, de segurança e algum medo, porque têm recebido algumas ameaças
Elsa Teigão

Na origem desta situação estará a instalação de um acampamento de uma comunidade de etnia cigana, neste local. Segundo Elsa Teigão, o Presidente da Câmara terá esclarecido que “foram licenciados uns acampamentos junto ao Jardim de Infância para três famílias”, mas “durante a altura das festas juntaram-se mais algumas famílias”.

Pelo que “aquilo que tem vindo a acontecer é que os pais têm reiteradamente informado que há falta de condições de saúde, de segurança e algum medo, porque têm recebido algumas ameaças, não das famílias todas, porque há famílias que não causam problemas, mas há outras que sim”. Porém, “mesmo as que não causam problemas, as condições de higiene existentes no local, não permitem estar em condições de segurança, tanto para estas famílias de etnia cigana, como para quem está à volta”, diz a vereadora.

Isto porque “não há esgotos, não há água e portanto, todos os dejetos que são ali deitados, todos os lixos que são ali criados, ficam ali espalhados à volta do jardim de infância e também não é seguro para as próprias crianças de etnia cigana que ali convivem e que ali vivem”, reitera.

“Há pais que estão a ficar em casa com os seus filhos porque temem pela segurança dos mesmos naquele local”
Elsa Teigão

Já sobre as ameaças dirigidas a alguns pais e encarregados de educação, Elsa Teigão diz estarem relacionadas “com alguns indivíduos que pensam e que podem entender que (…) a comunidade escolar pode estar a pedir que eles saiam dali, ou que o acampamento seja levantado”. Por isso, apesar de “não terem surtido efeito”, estas ameaças “incutem medo nos adultos e também nas crianças”.

Pelo que “aquilo que foi relatado ali pelos pais e encarregados de educação e não é a primeira vez, na Reunião Pública de Câmara, no atendimento aos munícipes, diante de todos os vereadores, de uma forma pública”, salvaguarda, é de que “há pais que estão a ficar em casa com os seus filhos porque temem pela segurança dos mesmos naquele local”.

Contudo, a vereadora diz que “tudo isto é evitável”, tanto “para as famílias de etnia cigana, que poderão ter outro local onde acampar, como para o próprio Jardim de Infância”.

Questionada sobre as soluções possíveis para esta situação, Elsa Teigão recupera as propostas que avançou durante a sua candidatura ao executivo, em 2017, para dizer que “há dois tipos de intervenção: uma intervenção imediata, para minimizar os problemas existentes e tentar apaziguar a população (…) que é encontrar lugares mais adequados para os acampamentos”.

Já “a outra que tem que ser mais estruturada, que quanto a mim tem que ser uma intervenção para todo o concelho e até mesmo interconcelhia (…) e no próprio concelho eu defendo a criação de um Parque Nómada, com regras próprias que oferece à própria população cigana, que quer continuar a manter os acampamentos, ter acesso à agua, a esgotos, um local a onde pode guardar os seus próprios animais, porque esse é um dos problemas existentes ali”. Uma vez que “os animais andam à solta junto a uma rede viária que é muito utilizada pelos eborenses”, colocando assim “em perigo os animais e a própria segurança dos automobilistas”.

“Não faz sentido que o Jardim de Infância esteja rodeado por um acampamento cigano”
Elsa Teigão

De imediato, “aquilo que eu solicitei ao Presidente da Câmara e os próprios pais e encarregados de educação, foi que houvesse uma intervenção no sentido de encontrar um local alternativo”. Uma vez que “não faz sentido que o Jardim de Infância esteja rodeado por um acampamento cigano, com as tendas junto à própria rede e a ladear” o edifício, “com outros terrenos existentes da autarquia” que podem servir de solução”.

Nesse sentido, a vereadora do PS diz que “o sr. Presidente da Câmara se comprometeu-se diante dos pais e encarregados de educação, que essa seria uma solução que iria ser implementada muito brevemente, dentro desta ou da próxima semana, assim que possível”, adianta.

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