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Terça-feira, Abril 23, 2024

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Évora tem um hotel único que recebe e dá formação a cientistas internacionais (c/som)

Inspirado no ambiente “colegial”, de Oxford e Cambridge, em Inglaterra, o investigador e professor da Universidade de Évora, Miguel Bastos Araújo, recuperou um antigo palacete junto ao Templo Romano de Évora, transformando-o numa unidade hoteleira vocacionada para o turismo científico e cultural. Um conceito inovador no Alentejo e em Portugal, segundo a diretora da Casa Morgado do Esporão, Ana Clara Meireles, que falou à Rádio Campanário sobre as preferências dos cientistas por este espaço e a oferta formativa aí promovida, através de palestas, atividades culturais e tertúlias.

Ana Clara Meireles diz que este hotel, constituído por apartamentos, tem “uma grande procura por parte de vários cientistas, investigadores, técnicos, professores” internacionais, “que ficam connosco durante as suas temporadas em Évora”. E os motivos de escolha desses mesmos investigadores são variados, “quer porque estão a trabalhar no Alentejo, quer porque se refugiam na nossa unidade para procurarem um pouco a tranquilidade e um contexto mais académico, mais colegial, onde possam trabalhar nas suas teses”.

Apesar disso, a diretora garante que este é um espaço que desde a sua génese se encontra ligado às vivências da própria cidade, seja através de “protocolos com a universidade de Évora”, ou mesmo pelas “ligações a todas as organizações artísticas, culturais e científicas” da cidade, facilitadas pela “rede de contactos” do seu mentor e fundador, o cientista Miguel Bastos Araújo.

Por isso, a Casa Morgado do Esporão, procura não só acolher atividades, como é também uma promotora, “nós próprios fomentamos muito, quer atividades de âmbito cultural, exposições, espetáculos de música clássica, vamos até ter brevemente, ainda durante este verão, uma ópera que decorrerá no nosso espaço exterior”, assim como através de “formações que promovemos com cientistas internacionais, normalmente, para pós-doutorados”, informa Ana Clara Meireles. Exemplos disso são as próximas formações, deste ano, no âmbito das Alterações Climáticas ou da Produção de Filmes para investigadores científicos, que se repetem pela segunda vez.

No fundo e nas palavras da diretora, que assumiu esta unidade a convite do cientista e fundador do projeto, é “esta linguagem comum, esta proximidade do referencial científico” é algo que “agrada” aos cientistas que visitam este espaço, aliada a uma “tranquilidade, não massificação” ou até o ambiente gerado entre “os outros clientes”, através do qual “nós às vezes promovemos alguma tertúlias, alguns jantares, entre todos os nossos hóspedes, para que eles possam partilhar experiências, know-how, conhecimentos, experiências de vida”, coisas que fazem com que a Casa Morgado do Esporão se diferencie de uma unidade tradicional.

Tudo isto numa casa carregada de história, que é um palacete do século XV, originalmente propriedade do Morgado do Esporão, situada junto daquela que se crê ter sido a casa de Vasco da Gama, em Évora, e na mesma rua onde ficava alojada a princesa D. Isabel de Portugal, filha do rei D. João I.

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