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Sexta-feira, Março 29, 2024

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“Existe falta de planeamento em Portugal e, devido a isso, provavelmente não teremos reforços aéreos”, diz António Nunes (c/som)

No passado dia 1 de junho, teve início a “Fase Charlie”, do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2023 e o Centro de Meios Aéreos de Moura abriu sem ter ainda um meio aéreo para atuar no Teatro de Operações.

A Rádio Campanário falou com o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, que esteve presente na Benção dos Capacetes, que decorreu ontem no santuário de Nessa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, de modo a perceber o porquês de Centro de Meios Aéreos de Moura ter aberto sem ainda ter meios aéreos para atuação.

Em declarações à nossa redação, o presidente da LBP referiu que “nós achamos que em Portugal somos, muitas das vezes, pouco cautelosos no planeamento, isto é, entendemos que sentarmo-nos à mesa e fazer um bom plano e fazer uma boa lei, que isso corresponde à sua execução e, muitas vezes isso não acontece, e esta situação vem provar isso, ou seja, no que diz respeito aos meios aéreos, a Liga dos Bombeiros Portugueses já tinha vindo a dizer, no final do ano passado e no princípio deste ano, que era preciso ter alguma prudência, porque os meios aéreos não existem em Portugal, vêm do estrangeiro. No ano passado tinha havido um conjunto de incêndios florestais no centro da Europa e é daí que vêm os helicópteros e, o que ia acontecer é que esses países também iriam tentar reforçar os seus meios aéreos, logo, nós iríamos ter escassez de meios e, com isso, preços mais elevados. Os concursos foram lançados sem esta realidade e, por isso atrasaram e vão-se atrasar e, provavelmente o número de meios que tínhamos no ano passado, que era de 60, vamos ver se os conseguimos ter este ano, com preços mais elevados como é evidente e, aquilo que é o reforço de meios, que eram mais 12, provavelmente não virão. Isto é mais uma lição de que não devemos facilitar estas circunstâncias, fazer as coisas a tempo e horas e, provavelmente, fazê-las por mais que um ano, e não olhando sempre para os ciclos orçamentais, que são no máximo de quatro anos e termos aqui um pacto entre todos os partidos da Assembleia da República e dizer o que é que, nos próximos 10 anos, os bombeiros precisam, para combater os incêndios florestais, isso sim seria um bom planeamento, uma boa organização e uma boa gestão de meios”.

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