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GNR de Évora, Beja e Portalegre nas buscas de Camilo Mortágua (Atualização)

Foto: Pedro Chilrito/Arquivo Global Imagens

Camilo Mortágua, de 87 anos, pai das gémeas e deputadas do Bloco de Esquerda Joana e Mariana Mortágua, está dado como desaparecido desde a manhã deste domingo, em Alvito, Beja, conforme a RC já havia noticiado.

Nesta altura, as buscas estendem-se de Alvito ao Fundão, envolvendo os Comandos da GNR de Beja, Évora, Portalegre e Castelo Branco.

A GNR e os Bombeiros de Alvito estiveram a realizar buscas em diversas localidades do distrito de Beja e também no Fundão, mas até à data não há vestígios do desaparecido nem da viatura.

De acordo com o capitão Nuno Afonso, oficial de Relações Públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, “o alerta foi dado pela mulher” de Camilo Mortágua depois de saber que o marido não chegara ao destino e ao tentar contactá-lo por telemóvel, este estar desligado.

Depois do alerta, a GNR fez buscas nas redondezas de Alvito e nas estradas de acesso e nas localidades de Cuba, Beja e Ferreira do Alentejo e também no Fundão, mas até ao momento sem quaisquer resultados. Uma equipa do Destacamento de Trânsito está a fazer o percurso entre Alvito e o Fundão, no sentido de conseguir localizar o desaparecido e a viatura.

À GNR chegou uma denúncia de que o carro de Camilo Mortágua estava abandonado no Fundão, mas feitas as diligências necessárias comprovou-se que a viatura não era a procurada.

A filha Joana Mortágua soube do desaparecimento do pai quando estava, este domingo, numa ação de campanha do BE com Catarina Martins, em Ferreira do Alentejo, e deslocou-se em seguida para casa da mãe, a cerca de 30 quilómetros.

Lutador antifascista

Camilo Mortágua nasceu em Oliveira de Azeméis em 29 de janeiro de 1934 e há quase quatro décadas que vive em Alvito, vila do distrito de Beja, onde nasceram as duas filhas Joana e Mariana.

Em 1961, o antifascista português ficou célebre pela participação no desvio do paquete Santa Maria, que viajava para Miami com mais de 300 tripulantes e no desvio de um avião da TAP, distribuído mais de 10.000 panfletos subversivos contra o regime de Salazar, sobre as cidades de Lisboa, Setúbal, Barreiro, Beja e Faro. Em 1967 e na companhia de mais três camaradas, assaltou a filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz.

Já depois da queda do regime fascista em Portugal, motivada pela Revolução de Abril, Mortágua participou em abril de 1975 na ocupação da herdade da Torre Bela, localizada em Azambuja, a maior área murada em Portugal, com 1700 hectares, propriedade do Duque de Lafões.

No dia 10 de junho de 2005, o presidente da República Jorge Sampaio atribuiu a Camilo Mortágua a condecoração de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.

C/ JN

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