O Ministério Público deduziu acusação conta o ex-radialista Carlos Rosa, de 54 anos, de homicídio qualificado, em Grândola, por abandonar progenitora no quarto, sem comida nem cuidados de higiene.
Isabel Velez, de 82 anos, definhava com a fome, na sua casa em Grândola, enquanto o filho, que devia cuidar dela, passava os dias a ver televisão, no quarto ao lado, com ambientadores que disfarçavam o cheiro, nauseabundo, que vinha do quarto da mãe. Há pelo menos quatro meses que a mulher não saía da cama, quando faleceu, a 1 de agosto de 2020. Causa da morte: falência multiorgânica, por falta de alimentação e ausência de movimentos.
Os dados constam da pesada acusação que o Ministério Público (MP) acaba de deduzir contra o filho da idosa, Carlos Rosa, de 54 anos. O MP imputou ao antigo radialista de uma estação de Santiago do Cacém um crime de homicídio qualificado.
Para o Ministério Público, e de acordo com anotícia avançada pelo Jornal de Notícias, entende que a morte foi produzida em circunstâncias que revelam “especial censurabilidade ou perversidade”, por a vítima ser mãe do arguido e ser “particularmente indefesa, em razão idade”. Além disso, o MP invoca o preceito do Código Penal que diz que comete homicídio qualificado quem “empregar tortura ou ato de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima”.
Se o Tribunal de Setúbal vier a dar a acusação por provada, o arguido pode apanhar uma pena de prisão entre 12 e 25 anos (limite máximo em Portugal).
O suspeito foi detido em agosto de 2020 e, depois de presenta a Juiz, ficou em prisão preventiva.