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Grândola: O primeiro Natal fora da prisão de Alberto Pinto… depois de 18 anos sem liberdade!

Alberto Pinto tem atualmente 75 anos e esteve preso desde 2003, sem nunca ter gozado uma única saída precária.

Saiu há bem pouco tempo, no fim de novembro deste ano e está atualmente a viver numa “casa de saída” da Confiar, uma associação de reinserção social, na zona metropolitana de Lisboa, vocacionada para apoio a ex-reclusos.

Alberto Pinto saiu da cadeia de Pinheiro da Cruz, perto de Grândola, a 26 de novembro de 2021, em liberdade condicional.

Descreve-se como uma pessoa saudável e manifesta vontade em trabalhar numa quinta. 

Para trás deixa 18 anos seguidos de prisão, o que fazia dele um dos reclusos mais velhos dentro do sistema prisional.

Cumpria várias penas, por crimes diversos, cada um com a sua condenação, incluindo uma “pena relativamente indeterminada” entre 13 anos e 4 meses a 25 anos de prisão efetiva.

A sua prisão e condenação fez com que algumas vozes se erguessem contra as penas aplicadas.

A APAR, Associação de Apoio ao Recluso, afirma que Alberto Pinto esteve preso “40 anos” por ter “alegadamente furtado 10 vacas a um procurador da República” em 1983 acrescentando que este homem esteve  “sequestrado” numa prisão, de uma “democracia podre” e questionava “o estado de sonolência e indiferença” da sociedade para com um “simples recluso, um invisível”, alvo de “perseguição” por parte da justiça.

O próprio considera que a pena foi desproporcionada, pois os roubos de gado nunca envolveram nem armas nem sangue, e que foi vítima de uma “vingança” pessoal, que o acompanhou durante toda a vida prisional.

Conforme notícia avançada pela SIC Notícias, nos processsos consultados são referenciados vários furtos de dezenas de cabeças de gado bovino, cabras, ovelhas, porcos e até uma mula e a carroça.

Alberto Pinto  cumpriu a 1.ª pena de prisão em 1976, aos 30 anos de idade.

Saiu em liberdade condicional a 4 de junho de 1998 e, nos anos seguintes, continuou uma vida ativa na área da criminalidade.

Este homem, com a antiga quarta classe, natural de uma aldeia no concelho de Trancoso, passou dos furtos de gado, para outro tipo de criminalidade, com maior grau de violência.

Voltou a ser preso a 3 de junho de 2003. A terceira estada na cadeia prolongou-se, assim, durante quase duas décadas, ininterruptamente,

Alberto Pinto está agora em liberdade condicional. Até 24 de abril de 2023, tem de se apresentar regularmente nos serviços de Reinserção Social e não pode praticar crimes nem qualquer outro ato ilícito. Vive com uma pensão mensal de cerca de 285 euros. Conta com ajuda da APAR para encontrar uma “quinta para trabalhar”, afirma que todos os dias faz caminhadas de 30/40 km e garante: “sou uma pessoa em quem se pode confiar”.

Fonte/Foto: Sic Notícias

 

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