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Terça-feira, Março 19, 2024

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Imigrantes realojados na Pousada de Almograve ansiosos para voltar ao trabalho

Dez dos 28 trabalhadores imigrantes que foram realojados na Pousada da Juventude de Almograve, no concelho de Odemira, aguardavam esta tarde no exterior para se reunirem com a Segurança Social e mostraram-se ansiosos para voltar ao trabalho.

A agência Lusa encontrou o grupo de imigrantes no exterior do complexo, para onde foram transferidos esta madrugada, num ambiente calmo na esperança que os técnicos da Segurança Social respondam a algumas das suas dúvidas.

Ao serem abordados, não recuaram, mas apontaram na direção de um dos jovens que se encontrava sentado à porta da residência temporária: “Ele fala”, disseram, por detrás das máscaras.

“Estava, em São Teotónio, numa boa casa e com transporte para ir trabalhar. Aqui não sabemos e queremos que a Segurança Social nos diga se há transporte porque é melhor para ir trabalhar. Se não houver vou arranjar uma nova casa para ir trabalhar”, explica Singh Gurwindier, há 13 anos em Portugal.

A maior parte dos trabalhadores que foram realojados na Pousada da Juventude, mesmo na entrada da pacata aldeia de Almograve, não fala português, por isso é Singh, de nacionalidade indiana, que conta “a aventura” que viveram durante a madrugada.

“Perto da meia-noite chegaram a São Teotónio e pediram para arrumar a casa, guardar o material para vestir e para comer e chegamos aqui quase às três horas da manhã”, conta com um ar cansado.

Durante toda a semana, “estivemos a trabalhar, mas agora com esta situação não nos dizem se temos transporte para continuar o nosso trabalho”, prossegue.

“Ontem e anteontem toda a gente teve de fazer teste e todos negativos”, sorri o jovem trabalhador migrante que espera regressar ao trabalho “já amanhã” porque “sem trabalhar não ganha nada”.

Sobre a cerca sanitária nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve e os relatos de tráfico de seres humanos, sobrelotação de pessoas e de violação dos direitos humanos, Singh Gurwindier espera que sirva para que “algo mude”.

“Quero continuar em Portugal, porque aqui é melhor”, conclui.

Na conferência de imprensa, que se realizou hoje, nos Paços do Concelho, em Odemira, o responsável da Proteção Civil disse aos jornalistas que “o transporte dos trabalhadores para os campos agrícolas está assegurado, bem como o acesso a todos os bens essenciais“.

“A operação foi feita num âmbito de um despacho governamental e foi desencadeada de forma a respeitar os direitos das pessoas envolvidas”, destacou José Ribeiro.

 

 

Fonte: Lusa

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