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Quarta-feira, Abril 24, 2024

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Ir às Corridas de Touros é um “ato de cultura” e “solidariedade”, afirma Manuel Lemos presidente da União das Misericórdias (c/som)

D.R.

Em declarações exclusivas à Rádio Campanário (RC), o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, falou sobre a Corrida da União das Misericórdias, que regressa ao calendário taurino português já amanhã, dia 2 de maio, na Praça de Touros de Estremoz com os cavaleiros Filipe Gonçalves, João Moura Caetano, Marcos Bastinhas, Francisco Palha, Luís Rouxinol Jr. e Verónica Cabaço. Manuel Lemos considera haver “uma sinergia constante, entre o povo que ajudou a contruir a praças de touros para ajudar a angariar recursos para as Misericórdias” enquanto um “ato de cultura” e “solidariedade”.

Sobre a corrida que terá lugar em Estremoz, em colaboração com a Câmara Municipal e a Misericórdia de Estremoz, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas sublinhou ainda a homenagem ao cavaleiro Joaquim Bastinhas, confessando ser para si “uma grande honra ser o agente dessa homenagem” com a entrega da insígnia da União das Misericórdias.

No que diz respeito à importância da tauromaquia para as Misericórdias, Manuel Lemos evidenciou que as pessoas vão a estes espetáculos para “celebrarem a sua própria cultura”, perante “um ato cultural importante” que “tem a ver com a forma de estar destas comunidades e a sua interação com a sua vida diária no campo, naquilo que fazem, com os animais que lidam”.

Por isso mesmo, a União das Misericórdias Portuguesas vai assinar um “protocolo de cooperação” conjunto com a PróTouro, na representação de todas as Misericórdias e evitando a celebração de 40 acordos individuais.

Ainda sobre o ato de beneficência que representa a corrida de Estremoz, Manuel Lemos sublinha que “as misericórdias têm sido, ao longo dos séculos, a grande almofada social deste país”, tanto “quando não havia estado social”, como “depois de haver o estado social” ou até na “recente crise que estamos a acabar de passar”, indo “muito além do que era a capacidade do estado português”. Pelo que “não nos podemos divorciar daquilo que as comunidades fazem e vivem”.

Por outro lado, no que toca ao cenário da tauromaquia, Manuel Lemos considera que nós portugueses “às vezes, ao contrário de outros países, desvalorizamos muito os nossos usos e tradições” em detrimento de outras coisas mais recentes. Porém, admite que “nos últimos anos há uma crescente consciencialização de que isso não deve ser assim”, citando o Papa Francisco, quando diz que “um povo sem passado é um povo sem futuro”.

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