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Mário Moita, “o único no mundo a cantar fado ao piano”, viaja por 20 anos de carreira num concerto em Reguengos de Monsaraz, diz o artista à RC (c/som)

Mário Moita está a celebrar os 20 anos do seu primeiro álbum com uma tourné mundial que passará pelo Alentejo, nomeadamente Reguengos de Monsaraz, este domingo (18 de agosto), no âmbito da ExpoReg, e esteve aos microfones da RC a falar sobre o projeto.

Sendo um dos principais fundadores da tuna académica de Évora, ‘Seistetos’, começou o seu percurso no programa televisivo ‘Chuva de Estrelas’, relembra, com o tema ‘Burbujas de Amor’.

Devido ao facto de a sua família ser em parte espanhola, atuou “muitos anos em Espanha”, dando início ao espetáculo em Português e Espanhol que deu origem ao CD ‘Sons Ibéricos’, que assinala agora 20 anos.

“20 anos é um ciclo que se fecha
Mário Moita

“Depois continuei para as minhas origens do fado”, nomeadamente “fado ao piano”, aponta, uma tradição de 1870 perdida. Neste âmbito, lançou em 2007, “no próprio Museu do Fado, o único livro-cd que existe em Portugal sobre Fado ao Piano”, e que o tem “levado a mais de 40 países e 15 estados do Brasil a promover Portugal e um género de fado que normalmente não se ouve”.

O espetáculo que apresentará este domingo em Reguengos de Monsaraz “é um pouco voltar a percorrer os meus CDS”, explica, “mais do que isso, percorrer as músicas que aprendi no mundo e que a pouco e pouco fui incluindo no reportório”.

Desde fado ou músicas alentejanas ao piano, o espetáculo passa pelos inéditos e clássicos do cantor, juntando as músicas que aprendeu pelo Mundo, acompanhado pela “guitarra portuguesa e viola de fado, contrabaixo e precursão”.

“Continuo a ser o único no mundo a fazer fado ao piano”
Mário Moita

Avança ainda que estão a considerar incluir no espetáculo o “patuá que é um dialeto que se fala em Macau, uma fusão de português com criolo”, país onde esteve recentemente.

Acompanhado pela bailarina espanhola Ana Castilho, espera ainda que a sua filha mais nova participe cantando um tema alentejano “muito bonito”.

Desde o início da tourné já passou por Hong Kong, Macau, Mérida, sendo que depois de Reguengos de Monsaraz atuará em Elvas no próximo dia 23 e em Montemor-o-Novo a 31 de agosto (em direito para a RTP1).

Mário Moita está ainda a preparar um novo CD que será lançado em setembro.

O artista avança que este resulta de um espetáculo gravado no final de 2018, “num dos maiores teatros do sul do Brasil, que ficou “tão bonito” que será lançado em CD acompanhado de oferta do espetáculo em DVD.

Mário Moita nasceu em 1971 em Évora, no seio de uma família agrícola, tendo estudado na Universidade de Évora onde se licenciou e é mestre em zootécnia.

Estudou Piano no conservatório de Évora desde muito cedo e nunca mais parou de tocar. Aprendeu o Fado ao Piano com o seu primeiro mestre, pianista Fortunato Murteira que lhe deixou o seu espolio de partituras de fados para piano (possui a primeira partitura do fado “Foi Deus” entre outras.

Desde 1994 que apresenta um currículo extraordinário de atuações em grandes festivais desde o Japão, Brasil, Estónia, entre outros, onde normalmente a cultura portuguesa não se faz sentir e entre 1995 e 2007 atuou no Castelo de Estremoz.

A partir de 1999 começou os seus estudos em canto lírico com o Prof. João Costa Campos e mais tarde com o Prof. Rui de Matos. Em 2007 lançou o único CD/livro existente em Portugal sobre o Fado ao Piano (tradição de 1870 que perdemos em Portugal) no Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa, e é o único a recuperar esta tradição pelo mundo.

O cantor conta com 40 países e 15 estados do Brasil percorridos a cantar e a difundir a cultura portuguesa.

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