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Mestre António Talhinhas, de Rio de Moinhos, o último bonecreiro tradicional dos Bonecos de Santo Aleixo

Foto: Paulo Nuno Silva

Os conhecidos bonecos de Santo Aleixo tiveram como último bonecreiro tradicional, o Mestre António Talhinhas, referido por José Russo, um dos atores que manipulam marionetas no Centro Dramático de Évora (CENDREV), em entrevista ao Sapo.

José Russo revelou que o espólio do teatro popular de marionetas do Alentejo foi uma recolha, como disse, “a partir do último bonecreiro tradicional, o mestre António Talhinhas”, sendo que, ainda referiu que durante a recolha foram encontrados registros em áudio e em vídeo.

O Mestre António Talhinhas, que faleceu no ano de 2001, aprendeu com o seu tio João a arte da palavra poética, quadras e décimas ditas de improviso, sendo nos anos 40, o momento em que foi contactado pelo proprietário dos Bonecos de Santo Aleixo, Manuel “Jaleca”, para integrar a sua companhia de marionetas, que naquela década passou a ser sua.

O bonecreiro e poeta, com os seus bonecos, percorreu durante vários anos várias aldeias alentejanas, preservando esta tradição oral que remonta ao século XVIII, apesar de nem sempre ter sido fácil realizar esta jornada, visto que a certa altura, mandaram queimar um conjunto dos seus bonecos.

Atualmente os Bonecos de Santo Aleixo encontram-se na posse do CENDREV, onde os atores receberam do mestre, que hoje em dia, dá nome a uma das ruas Rio de Moinhos, sua terra natal, o saber e a experiência de marionetista.

Um dos pontos mais altos da carreira de António Talhinhas foi a apresentação dos Bonecos de Santo Aleixo na Casa da Comédia em Lisboa, em 1967 e para Pedro Russo, durante a entrevista ao Sapo, referiu que, estes bonecos para si “têm todas as caraterísticas do Alentejo até no modo de falar”.

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